A Europa ainda tem muita coisa a melhorar, mas é preciso não esquecer que em nenhuma outra região do mundo se foi tão longe na ecologia, na redução do horário de trabalho, no tempo de férias, na cobertura social, na aposta da diplomacia internacional, na luta contra a exclusão, na sexualidade, na paridade, na laicidade, na integração de países vizinhos mais pobres (da Irlanda à Bulgária) por países mais ricos, na qualidade de vida e no desenvolvimento sustentável. Tudo isto aconteceu num quadro de diversidade impressionante de tendências e de pensamento político (do Parlamento Europeu aos parlamentos nacionais), diversidade cultural, linguística e espiritual. É um património assinalável que não se deve desbaratar em nome de tácticas políticas efémeras.
No entanto, a imigração, as relações de comércio externo com os países em vias de desenvolvimento, a exploração da mão-de-obra nesses países, a fraca transposição da produção científica para a tecnologia ao serviço da sociedade e a subserviência à NATO/EUA, continuam como os pontos negros da UE. Cabe-nos a nós construir a Europa dos próximos decénios revolucionando o necessário da política para eliminar estes pontos negros. Isso não se faz a olhar para o umbigo de cada país, nem a olhar para os outros povos como corpos estranhos. A força da UE é fazer melhor em conjunto do que o resultado da soma das partes separadas. É nesta espírito que identifico com a Europa e me considero Europeísta, e não porque ache que a Europa é um continente especial ou que o continente tenha sido iluminado pelas pontas dos dedos do Altíssimo quando este criou os animaizinhos, as arvorezinhas e os homenzinhos.
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