Não, claro que não Michael Moore. A pergunta que serve de título ao novo livro de Michael Moore é pertinente. A crescente falta de credibilidade da política internacional americana não resulta apenas da intervenção desastrada no Iraque. Resulta sobretudo de um acumular de posições unilaterais que tornam um exercício intelectual quase suicida acreditar logo em primeira análise na bondade da orientação da política internacional dos EUA. Provavelmente, a tremenda facada nas costas dada à Europa pelo programa de espionagem ECHELON tenha sido a gota de água que deixou em permanente posição de desconfiança os cidadãos europeus mais informados. A intervenção na Jugoslávia destruiu o pequeno capital de confiança que os EUA ainda tinham no leste europeu. No mundo Árabe, na América Latina e em África nem se fala, o anti-americanismo é moeda corrente, basta passar os olhos pelos jornais e sites na internet destes continentes. A recusa de uma política baseada no direito internacional, tal como a recusa de ratificação do protocolo de Quioto, deixam muito pouca gente a olhar para os EUA com simpatia. Restam os fanáticos, os irredutíveis dos EUA, os que ainda não perceberam que a guerra fria acabou, os que olham para os EUA como os comunistas olhavam para União Soviética, do género "nos EUA tudo é bom, perfeito e feliz", já nem os poucos analistas com mais de dois dedos de testa, que ainda os vão defendendo com algum cinismo, acreditam neles.
De facto tens razão para estar preocupado Michael Moore.
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