A descrição do caso particular do projecto de Belgais no texto do Aviz sobre Maria João Pires fundamenta bem a racionalidade da atribuição de subsídios pelo estado, quando esse investimento (chamem-lhe subsídios se quiserem) traz alguma mais valia para o país. É assim que eu penso também. O estado deve investir em projectos de qualidade segundo critérios objectivos e rigorosos. Se não houver critérios, corre-se o risco de estimular a criação de mediocridade, que é um problema bem mais sério do que a tão propagandeada preguiça pelos que acham que o estado não deve financiar nada. Se não houver investimento (subsídios) do estado estamos a eternizar o nosso estatuto de país de merda em certas áreas, nomeadamente na ciência e na cultura.
Conversa da treta
O Aviz refere ainda: "Em Portugal, já vão longe os tempos em que os ricos erguiam bibliotecas, ofereciam livros, contribuíam para centros médicos e de velhice, e, sim, construíam fontanários, que eram um bem necessário e útil nas aldeias.". Também me ocorre a mesma indignação. Tanto liberal que há em Portugal cheio de dinheiro (e de tagarelice) e que odeia tanto os subsídios, mas na hora de criar prémios, programas de investimento e doações, assobiam todos para o ar. Afinal é só conversa da treta. Se não fosse o Pai Natal Gulbenkian que nos caiu do céu vindo da Arménia e Portugal ainda estaria mais na merda (parafraseando a nossa leitora eslava preferida).
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