Sobre a sugestão avançada por Mário Soares para que haja um diálogo com a Al-Qaeda, Paulo Portas proferiu a seguinte frase:
«Quem defende diálogo com terroristas está a defender que o Estado de Direito se pode sentar à mesma mesa com grupos criminosos»
Ora, ironicamente, quando na qualidade de Ministro da Defesa, Paulo Portas tem um encontro com o príncipe Abdel Aziz da Arábia Saudita para celebrar uma cooperação militar entre as OGMA e o regime Saudita, temos um representante de um estado de direito a sentar-se à mesma mesa com um representante de um regime criminoso. O regime do príncipe Abdel Aziz só durante o ano 2000 foi responsável por 125 decapitações publicas na praça Chop-Chop em Riade.
Diálogo entre Paulo Portas e a Al-Qaeda
A Al-Qaeda tem grandes patrocinadores na família real Saudita. Os movimentos bancários entre a família real e uma série de elementos da Al-Qaeda antes do 11 de Setembro não enganam ninguém. Ex-agentes da CIA denunciaram-no, as próprias posições da CIA sobre a Arábia Saudita são bastante divergentes das de Rumsfeld e de Bush. O autor americano Robert Baer vai mais longe e no seu livro “Sleeping With the Devil: How Washington Sold Our Soul for Saudi Crude” denuncia as ligações perversas entre a família Bush e a família real Saudita no contexto da guerra contra o terrorismo.
Perante este cenário, fica a sensação que durante o seu encontro com o regime Saudita, Paulo Portas poderá já ter dialogado com intermediários da Al-Qaeda, seguindo o conselho de Mário Soares sem o saber. Melhor que isto só o ministério da defesa celebrar um acordo militar directamente com Ben Laden ou Mollah Omar. Poderia ser um fornecimento de urânio, a Al-Qaeda agradeceria muito.
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