Quando é o próprio responsável máximo americano pela luta anti-terrorista entre 1998 e 2003, Richard Clarke, a afirmar que a Guerra do Iraque foi um equívoco de alvo na resposta aos ataques do 11 de Setembro, penso que pouco há a acrescentar a tudo o que já tinha sido denunciado por ex-agentes da CIA e por muita gente independente, desde Michael Moore a Bernard-Henry Lévy. Todas estas pessoas já tinham detectado um somatório de ambiguidades na actuação da administração Bush em relação à luta contra o terrorismo que era no mínimo perturbante. As relações ambíguas com ditaduras sanguinárias como a Arábia Saudita e o Paquistão não agradaram nada aos mais cépticos. Richard Clarke escreveu o que lhe vai na alma no livro: "Against All Enemies". Fica a sensação de que Rumsfeld nem sequer é aquela pessoa fria mas inteligente, é sim mais um irresponsável com demasiado poder e uma pessoa bastante perigosa (leia-se o que disse Rumsfeld a seguir ao 11 de Setembro). Rumsfeld é apenas mais um a juntar à caricatura que é George W. Bush.
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