Há um ano atrás foi lançado para o espaço o melhor telescópio de raios gama jamais construído pelo homem, o telescópio INTEGRAL. Depois de um ano de calibração de instrumentos, o INTEGRAL começou finalmente a enviar-nos as primeiras imagens. Este telescópio vê melhor do que o Super-Homem - que só tem visão raios X - o alcance da vista do INTEGRAL vai desde a radiação visível, passando pelos raios X, até aos raios gama. O telescópio INTEGRAL foi construído pela ESA em colaboração com a Rússia e os EUA para estudar objectos como os núcleos galácticos, as super-novas, os buracos negros (indirectamente) ou as misteriosas explosões de raios gama. Estas explosões de raios gama que em inglês e em francês têm um nome muito mais expressivo (gamma-ray bursts em inglês, sursauts gamma em francês) são um dos fenómenos que estão a despertar maior interesse no meio científico. Existem algumas teorias sobre a sua origem, as mais plausíveis ligam estes fenómenos a super-novas ou hiper-novas, mas as dúvidas ainda são mais do que as certezas.
(Figura do sítio da Agência Espacial Europeia)
O telescópio INTEGRAL é constituído por vários instrumentos: IBIS, SPI, JEM-X e OMC. O instrumento principal, o IBIS, é como se fosse uns óculos raios gama do telescópio. É dele que vão sair as belas imagens do universo profundo. Este é um instrumento que me é particularmente querido, pois sobre ele fiz um estudo sobre a possibilidade de medir a polarização dos raios gama detectados. O instrumento SPI é espectrómetro de grande precisão, uma espécie de inspector que vai analisar a impressão digital do objecto que emitiu a radiação gama. O OMC e o JEM-X são instrumentos auxiliares que servem para analisar respectivamente a radiação visível e os raios X associados à radiação gama captada pelo IBIS e pelo SPI.
(Figura do sítio da Agência Espacial Europeia)
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