segunda-feira, junho 25, 2012

Gases de motores a gasóleo são cancerígenos



O Centro Internacional para a Investigação do Cancro, uma agência da Organização Mundial de Saúde, anunciou que está cientificamente comprovado que as emissões de partículas finas dos motores a gasóleo aumentam o risco de cancro do pulmão. Os trabalhos científicos que o demonstram foram realizados na Europa e nos EUA, em particular em minas em que os trabalhadores estiveram expostos às emissões de motores a gasóleo.

Nas últimas décadas tem-se assistido na Europa à proliferação de viaturas movidas por motores a gasóleo, em grande medida pelas vantagens fiscais oferecidas pelos governos europeus comparativamente à gasolina. Os construtores de automóveis têm apostado nestas motorizações dado que os motores a gasóleo emitem menos dióxido de carbono por quilómetro que as viaturas movidas a gasolina (embora os motores a gasolina na prática não emitam partículas), permitindo às marcas vender viaturas que cumprem os limites de emissões de gases de efeito de estufa. No entanto, numerosos engenheiros que trabalharam para as grandes marcas mundiais de automóveis denunciaram que na Europa a opção pelo gasóleo serviu também para vender automóveis muito mais caros, explorando a margem de poupança que um consumidor realiza ao escolher uma viatura a gasóleo em vez de uma viatura a gasolina. A diferença de custos de produção entre um motor a gasolina e a gasóleo para o mesmo modelo não justifica a diferença no preço de venda.

Hoje em dia refinar gasóleo é mais caro do que refinar gasolina, sobretudo pelas exigências técnicas associadas à legislação que restringe a quantidade de enxofre presente no gasóleo. Tendo em conta as conclusões deste estudo, interessa refletir se faz sentido na Europa (nos EUA os motores a gasóleo são menos vendidos) o gasóleo continuar a ter maiores benefícios fiscais em relação à gasolina para os automóveis particulares. No entanto, deve continuar a investigação do impacto das melhorias realizadas nos novos motores a gasóleo para reduzir as emissões de partículas finas, para se perceber a real redução de riscos que estas alterações representam.

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