Depois de ler "La carte et le territoire" de Houellebecq, ler "2666" de Bolaño foi como começar a ler as páginas amarelas. Percebi porque é que os editores não respeitaram a vontade póstuma de Bolaño em dividir a obra em pequenas edições espaçadas no tempo. Pessoalmente, se comprasse a primeira não compraria mais nenhuma. A primeira história de 2666, apesar de tudo, a mais interessante até à página 300 (só faltam 700) mergulha-nos numa caça ao tesouro estimulante em busca do escritor Benno von Archimboldi. Mas é a única coisa estimulante, as personagens são autênticas figuras geométricas bidimensionais, sem espessura, triângulos que interceptam os seus vértices e as suas arestas com quadrados e losangos. O vernáculo é despropositado, quiçá mal traduzido (joder e follar significam coisas distintas em castelhano). As passagens sobre sexo são uma merda, ao nível luso. Nesse aspecto, o Chile é farinha da mesma massa, os mesmos complexos, o mesmo marialvismo velado, etc.
Quando li a nota sobre o autor que referia a sua adesão a uma nova geração de autores sul-americanos anti-Garcia Marquez, fiquei entusiasmado. Mas agora não sei se vou aguentar mais 700 páginas de xaropada Roberto Bolaño. Se alguma alma caridosa que já leu 2666 pretender motivar-me para seguir até à última página, use a caixa de comentários.
Quando li a nota sobre o autor que referia a sua adesão a uma nova geração de autores sul-americanos anti-Garcia Marquez, fiquei entusiasmado. Mas agora não sei se vou aguentar mais 700 páginas de xaropada Roberto Bolaño. Se alguma alma caridosa que já leu 2666 pretender motivar-me para seguir até à última página, use a caixa de comentários.
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