Muita da canção de Coimbra, incluindo aquilo a que se chama Fado de Coimbra, são variações da época em que o Bel Canto e as trovas italianas estavam na moda (meados do séc. XIX). Na altura as serenatas popularizaram-se entre os estudantes tendo atravessado as décadas e as modas até aos dias de hoje.
Coimbra é uma das poucas cidades da Europa do século XXI cujos habitantes têm o privilégio de assistir a uma serenata espontânea. Ela à janela, ele cá em baixo, de guitarra ao peito ou acompanhado por amigos. Aprecio a coragem dos trovadores (eu não me atreveria a tal iniciativa sob o risco de levar com uma arca frigorífica em cima). E aprecio esta resistência romântica da cidade à era do mp3 e do sofá-televisão, uma era interpassiva, como a apelida Žižek por oposição à efectiva interactividade.
Sábado em Coimbra XXXVI
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