terça-feira, abril 17, 2007
Angel
"Angel" de François Ozon é baseado no romance do mesmo nome da escritora inglesa Elizabeth Taylor publicado em 1957. "Angel" narra a ascensão meteórica de uma escritora de romances populares de origens modestas à nata do meio literário londrino. Angel é uma mulher muito ambiciosa que não se inibe de usar todo o poder que o sucesso lhe conferiu para atingir os seus objectivos, renegando as suas origens, manipulando os que lhe são próximos e alimentando um romance amoroso de fachada. Vi neste "Angel" uma espécie de Citizen Kane no feminino, uma parábola onde outros tipos de ambição e de poder são capazes de cegar e de corromper o espírito de uma mulher. Apesar de correr o risco de encalhar em estereótipos, o próprio nome da mansão de Angel, Paradise, simboliza o fantasma absoluto em que Angel se revê, de mulher imaculada readmitida no jardim de Deus, da mesma maneira que o nome da mansão de Kane, Xanadu (a capital do Império Mongol), simboliza o fantasma do supremo poder masculino, o desejo de ser o imperador.
Concordo em absoluto com o David Luz, Romola Garai (Angel) é um nome a fixar, sem ela "Angel" seria outro filme, certamente mais pobre.
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