1- Portugal do ponto de vista energético é dos países da União Europeia que mais depende do petróleo, que é uma matéria prima que importamos na totalidade.
2- Portugal tem uma das piores redes de auto-estradas e de estradas nacionais da UE (e já conto com os novos 10 países da UE), e possui a segunda taxa de sinistralidade mais elevada. Esta sinistralidade deve-se sobretudo aos acidentes nas estradas nacionais, pois as auto-estradas portuguesas possuem uma sinistralidade comparável à média da UE.
Perante estes dois factos seria muito mais lógico Portugal fazer um esforço de obtenção de receitas taxando mais o petróleo em vez de taxar as auto-estradas. Deste modo, penalizava-se o uso de combustíveis fósseis que não produzimos e aproveitavam-se as receitas para pagar as auto-estradas e para transformar a rede transportes públicos para operarem com energias renováveis. A longo prazo reduziríamos a dependência do petróleo, logo as importações, logo perderíamos menos dinheiro e o ambiente agradeceria.
Mas não, faz-se tudo ao contrário! Debitam-se expressões infantis como o "utilizador-pagador", como quem diz "gostas de amoras-então já namoras", que são tanto ao gosto dos populistas recém chegados ao governo. Aliás, com um novo Ministro das Obras Públicas que veio da GALP, a questão de taxar preferencialmente os combustíveis fósseis deixa automaticamente de ser ponderada. E por aqui andaremos nós mais uns anos a penar, num país com problemas de dinamismo, com o problema mais grave de centralismo da EU, a pagar as portagens mais caras da Europa em auto-estradas vazias, a beber desalmadamente petróleo importado, esquecendo que em breve temos que mudar radicalmente os nossos hábitos de consumo de energia, até ao dia em que alguém responsável perceber em que buraco nos metemos.
Sem comentários:
Enviar um comentário