Durão não deveria nunca ser o presidente da Comissão Europeia. Razões:
1. Durão nunca escreveu um livro onde desenvolvesse temas europeus.
2. Durão nunca promoveu reflexões ou documentos programáticos sobre a Europa.
3. Durão nunca expressou publicamente ideias próprias ou rumos para Europa. Durão limitou-se a assinar de cruz ideias que vinham do interior do PPE, mesmo quando essas ideias contrariavam completamente comentários de circunstância que fazia sobre a Europa. Um caso ilustrativo é congresso do PPE no Casino do Estoril em 2002 de onde saíram as ideias de uma Europa federalista e a ideia de uma constituição que contrariavam comentários anti-europeus que Durão Barroso tinha proferido alguns meses antes. No dia seguinte ao congresso Durão disse que subscrevia essas ideias.
4. Durão não se interessa pela Europa. Basta analisar o comportamento político de Durão Barroso durante estas últimas europeias.
5. Durão foi dos poucos líderes dos partidos que constituem o PPE que foi derrotado nas europeias.
6. Durão não tem ideias nem programa sobre os assuntos em que a Europa é vanguardista como o ambiente, os transportes e a energia. Ou sobre assuntos em que a Europa tem que recuperar algum atraso como as novas tecnologias e a investigação científica.
7. Durão foi um passarinho engolido por falcões na questão iraquiana. Lançou-se de cabeça no apoio à aventura americana sem se informar devidamente de todos os aspectos que envolveram esta acção: o contexto histórico, os reais motivos da guerra do Iraque, a distinção entre a propaganda americana e a realidade, e as consequências prováveis do conflito. A Europa não precisa da visão ingénua do mundo de Durão Barroso.
Questões internas
Quanto ao folclore interno da sucessão de Barroso, interessa-me pouco. Tenho apenas a dizer que a coligação Santana Lopes-Paulo Portas politicamente nada tem a ver com o actual governo. É outro partido no qual os portugueses não votaram. Pessoalmente não os aceito e não lhes reconheço legitimidade governativa. A derrota nas europeias dá ainda menos legitimidade à solução Santana-Portas.
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