De Daniel Cohn-Bendit conhecia fragmentos do seu protagonismo durante o Maio de 68, do prurido e da afronta que era um estudante estrangeiro liderar parte do movimento de contestação, com a agravante de ser estrangeiro de origem judaica.
Quando estudei em Estrasburgo tive a oportunidade de assistir a um comício dos Verdes para as eleições Europeias com a participação de Bendit. Fui assistir ao comício com aquela curiosidade de descobrir o discurso, 30 anos depois (foi para ai em 98), de um "veterano" do Maio de 68. Era um comício internacional, bem diferente dos comícios paroquiais a que estava habituado em Portugal, os oradores vinham de vários países e representavam várias heranças culturais. Ao contrário do discurso sobre glórias passadas de muitos soixante-huitards conhecidos, o discurso de Bendit era um discurso mais dirigido ao futuro, dirigido às próximas gerações, centrado nos grandes desafios planetários, desafios ecológicos, económicos e culturais. Dez anos depois, o tempo deu-lhe toda a razão, o aquecimento global, a crise financeira mundial e a crise alimentar mundial são apenas três exemplos de assuntos sobre o qual Bendit tinha lançado sérios alertas.
E gostei sobretudo do discurso de Bendit desassombrado sobre a construção europeia, sem piscar o olho a capelinhas locais, que é a política mais fácil de fazer, percebendo que a sociedade tinha definitivamente mudado, que os europeus se moviam e se misturavam cada vez mais, nas suas vidas privadas, no trabalho e no lazer. O internacionalismo na sua verdadeira essência e não na perspectiva sectária da herança marxista. Aliás, a esquerda de Bendit, é na minha opinião a verdadeira esquerda alternativa ao PS e aos PCs, é a esquerda alternativa que não faz broches ao marxismo.
Na altura, achei que uma parte do futuro da esquerda europeia passaria por ali. Hoje, desde o grupo europeu da Esquerda Unitária (uma esquerda sobretudo marxista) ao Partido Socialista Europeu todos seguem com mais detalhe ou menos detalhe o programa ambiental de há 10 atrás dos Verdes Europeus liderados por Bendit. Noutras matérias, Bendit e os Verdes têm estado mais isolados, uma delas é na minha opinião lamentável para a esquerda europeia: o europeísmo, a vontade de tornar mais forte e mais democrático o projecto europeu.
Apesar de tudo, obrigado Bendit!
Quando estudei em Estrasburgo tive a oportunidade de assistir a um comício dos Verdes para as eleições Europeias com a participação de Bendit. Fui assistir ao comício com aquela curiosidade de descobrir o discurso, 30 anos depois (foi para ai em 98), de um "veterano" do Maio de 68. Era um comício internacional, bem diferente dos comícios paroquiais a que estava habituado em Portugal, os oradores vinham de vários países e representavam várias heranças culturais. Ao contrário do discurso sobre glórias passadas de muitos soixante-huitards conhecidos, o discurso de Bendit era um discurso mais dirigido ao futuro, dirigido às próximas gerações, centrado nos grandes desafios planetários, desafios ecológicos, económicos e culturais. Dez anos depois, o tempo deu-lhe toda a razão, o aquecimento global, a crise financeira mundial e a crise alimentar mundial são apenas três exemplos de assuntos sobre o qual Bendit tinha lançado sérios alertas.
E gostei sobretudo do discurso de Bendit desassombrado sobre a construção europeia, sem piscar o olho a capelinhas locais, que é a política mais fácil de fazer, percebendo que a sociedade tinha definitivamente mudado, que os europeus se moviam e se misturavam cada vez mais, nas suas vidas privadas, no trabalho e no lazer. O internacionalismo na sua verdadeira essência e não na perspectiva sectária da herança marxista. Aliás, a esquerda de Bendit, é na minha opinião a verdadeira esquerda alternativa ao PS e aos PCs, é a esquerda alternativa que não faz broches ao marxismo.
Na altura, achei que uma parte do futuro da esquerda europeia passaria por ali. Hoje, desde o grupo europeu da Esquerda Unitária (uma esquerda sobretudo marxista) ao Partido Socialista Europeu todos seguem com mais detalhe ou menos detalhe o programa ambiental de há 10 atrás dos Verdes Europeus liderados por Bendit. Noutras matérias, Bendit e os Verdes têm estado mais isolados, uma delas é na minha opinião lamentável para a esquerda europeia: o europeísmo, a vontade de tornar mais forte e mais democrático o projecto europeu.
Apesar de tudo, obrigado Bendit!
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