O teor deste artigo de Maria José Nogueira Pinto (MJNP) não difere muito do teor dos artigos dos estalinistas e saudosistas russos sempre que se comemora o fim da ditadura soviética, não difere dos saudosistas checos que apoiaram a invasão da Checoslováquia pelos tanques russos, dos franquistas espanhóis, dos saudosistas dos regimes militares chilenos, argentinos, brasileiros e bolivianos por ocasião das datas que celebram o fim das respectivas ditaduras. É um artigo fraquinho e pobrezinho, à imagem do regime que tenta branquear, do regime com as piores e menos frequentadas escolas e universidades da Europa, do regime em que um terço da população nunca tinha metido os pés num hospital e do regime com uma mortalidade infantil assustadora no contexto europeu. Neste tipo de artigos que lamentam revoluções contra regimes despóticos, é muito típica a retórica onde se admitem pequenas melhorias (como a democratização...), mas a tese é sempre a mesma: "somos livres mas estamos pior". Se compilarmos a tese de MJNP com a restante internacional saudosista chegamos à conclusão que da Rússia ao Chile, passando por toda a Europa de Leste e por toda a América Latina estamos todos pior; dos Urais à Terra do Fogo, estávamos bem era no tempo da repressão e do atraso civilizacional.
E como não podia deixar de ser este tipo de artigos são sempre servidos com doses várias de niilismo, denuncia-se frequentemente uma suposta "história oficial" das democracias que deturpa algumas virtudes dos regimes depostos. Obviamente, como todos sabemos a história oficial do Portugal de Salazar, da URSS, da Espanha de Franco e dos regimes militares da América do Sul, essa história é que era a verdadeira, era tudo verdade, verdadinha, verdadeira...
E como não podia deixar de ser este tipo de artigos são sempre servidos com doses várias de niilismo, denuncia-se frequentemente uma suposta "história oficial" das democracias que deturpa algumas virtudes dos regimes depostos. Obviamente, como todos sabemos a história oficial do Portugal de Salazar, da URSS, da Espanha de Franco e dos regimes militares da América do Sul, essa história é que era a verdadeira, era tudo verdade, verdadinha, verdadeira...
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