Desde há algumas semanas que têm ocorrido protestos em vários países do mundo - os casos mais violentos aconteceram nos Camarões, no Egipto e no Haiti - contra a subida dos preços dos produtos de primeira necessidade, em particular contra o preço dos cereais e dos seus derivados.
A subida de preço destes produtos resulta essencialmente da conjugação de três factores: 1) nos últimos dois anos o volume de colheitas agrícolas teve uma quebra acentuada (ver gráfico da FAO); 2) a China e a Índia estão a mudar os seus hábitos alimentares, estão a consumir mais carne sendo necessária maior quantidade cereais para a sua produção; 3) a percentagem relativa de solos dedicados à produção de biocombustíveis tem aumentado consideravelmente.
Na maior parte dos países desenvolvidos, os biocombustíveis foram adoptados inicialmente com boas intenções, com o intuito de substituir a utilização de combustíveis fósseis, dado que as emissões de dióxido de carbono associadas ao consumo de biocombustíveis são em média cerca de um terço mais baixas que as emissões dos resultantes da combustão e da produção dos combustíveis fósseis. A adopção deste tipo de políticas, supostamente ecológicas, teve como consequência um aumento exponencial da superfície de cultivo de cereais dedicada à produção de biocombustíveis dado que na perspectiva dos agricultores é muito mais rentável vender a sua produção para biocombustíveis do que para a alimentação. No caso dos países mais pobres isso significa vender quase toda sua produção para o consumo dos países mais ricos. Em certos países o furor para aumentar a superfície de cultivo dedicada aos biocombustíveis teve como consequência o abate de extensas áreas de floresta, o exemplo mais dramático é o caso do Brasil.
Embora os biocombustíveis não sejam os únicos responsáveis pela recente escassez mundial de alimentos - o número de pessoas com fome no mundo aumentou pela primeira vez em décadas - o aumento da sua produção tem sem dúvida uma significativa quota-parte de responsabilidade no actual cenário de escassez alimentar. As vantagens dos biocombustíveis para a resolução do problema do aquecimento global não são significativas e sobretudo contribuem muito pouco para a mudança de comportamentos. Os biocombustíveis permitem ao cidadão dos países desenvolvidos continuar a utilizar o automóvel, reduzindo em apenas um terço as suas emissões, mas ao preço de o seu veículo estar a competir com a alimentação de base dos países mais pobres.
Contudo, espera-se que uma segunda geração de tecnologia de biocombustíveis mais eficiente, que transformará em etanol os restos de matéria orgânica actualmente não utilizados nas plantações, faça a sua aparição comercial daqui a cerca de 5 anos.
A subida de preço destes produtos resulta essencialmente da conjugação de três factores: 1) nos últimos dois anos o volume de colheitas agrícolas teve uma quebra acentuada (ver gráfico da FAO); 2) a China e a Índia estão a mudar os seus hábitos alimentares, estão a consumir mais carne sendo necessária maior quantidade cereais para a sua produção; 3) a percentagem relativa de solos dedicados à produção de biocombustíveis tem aumentado consideravelmente.
Na maior parte dos países desenvolvidos, os biocombustíveis foram adoptados inicialmente com boas intenções, com o intuito de substituir a utilização de combustíveis fósseis, dado que as emissões de dióxido de carbono associadas ao consumo de biocombustíveis são em média cerca de um terço mais baixas que as emissões dos resultantes da combustão e da produção dos combustíveis fósseis. A adopção deste tipo de políticas, supostamente ecológicas, teve como consequência um aumento exponencial da superfície de cultivo de cereais dedicada à produção de biocombustíveis dado que na perspectiva dos agricultores é muito mais rentável vender a sua produção para biocombustíveis do que para a alimentação. No caso dos países mais pobres isso significa vender quase toda sua produção para o consumo dos países mais ricos. Em certos países o furor para aumentar a superfície de cultivo dedicada aos biocombustíveis teve como consequência o abate de extensas áreas de floresta, o exemplo mais dramático é o caso do Brasil.
Embora os biocombustíveis não sejam os únicos responsáveis pela recente escassez mundial de alimentos - o número de pessoas com fome no mundo aumentou pela primeira vez em décadas - o aumento da sua produção tem sem dúvida uma significativa quota-parte de responsabilidade no actual cenário de escassez alimentar. As vantagens dos biocombustíveis para a resolução do problema do aquecimento global não são significativas e sobretudo contribuem muito pouco para a mudança de comportamentos. Os biocombustíveis permitem ao cidadão dos países desenvolvidos continuar a utilizar o automóvel, reduzindo em apenas um terço as suas emissões, mas ao preço de o seu veículo estar a competir com a alimentação de base dos países mais pobres.
Contudo, espera-se que uma segunda geração de tecnologia de biocombustíveis mais eficiente, que transformará em etanol os restos de matéria orgânica actualmente não utilizados nas plantações, faça a sua aparição comercial daqui a cerca de 5 anos.
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