"O Escafandro e a Borboleta" de Julien Schnabel é um filme baseado na auto-biografia dos últimos meses de vida de Jean-Dominique Bauby (Jean-Do), editor da revista Elle, após um acidente vascular cerebral que o remeteu para um estado de paralisia apelidado de «locked-in syndrome». Jean-Do continuava a ter uma actividade cerebral normal, mas sofria de uma paralisia motora quase total.
Com ajuda de duas enfermeiras e de um medico, Jean-Do consegue estabelecer contacto com o mundo, fazendo uso de um dos poucos movimentos que lhe restaram, o piscar de olho. Ao contrario da maior parte das películas que narram tragédias pessoais, este não é um filme de vitimização lamechas, é sim um filme cheio de bom humor, ironia e sarcasmo, bem à imagem do carácter de Jean-Do que goza frequentemente com o seu próprio estado e com os comentários depressivos de algumas das suas visitas. No entanto, à medida que vamos conhecendo Jean-Do, este vai-se revelando uma personagem sensível, mais interessante, um homem que explora as fronteiras da imaginação como uma criança, que se relaciona com os filhos com um carinho invulgar e que faz uma penitência de tempos passados de profundo individualismo.
"O Escafandro e a Borboleta" de Julien Schnabel é um dos grandes filmes de 2007 que conta com uma excelente interpretação de Mathieu Amalric. Um filme fortemente recomendado aqui na Klepsýdra.
Sem comentários:
Enviar um comentário