Em geral, a má ecologia é uma ecologia desinformada e hostil à ciência e aos cientistas. A má ecologia resulta de um activismo que ignora a importância do método científico e que envereda facilmente pelo disparate, por meias verdades e por lendas pseudo-científicas. No entanto, convém sublinhar que a hostilidade à ciência é muito mais intensa da parte do activismo anti-ecológico. Estão ainda frescos nas nossas memórias os fortíssimos ataques à ciência e aos cientista da parte dos grupos de pressão que negam o aquecimento global.
Foi apenas há algumas décadas que surgiu o activismo ecológico internacional (ex: Greenpeace foi fundado em 1971), numa época em que a produção científica era modesta e o número de investigadores era baixo comparativamente aos dias de hoje. A incerteza associada ao estudo de certas questões ecológicas era considerável, o que proporcionava que surgissem correntes de opinião sobre alguns assuntos que se verificaram mais tarde absolutamente erradas, quando surgiram novos dados científicos.
Nesses primórdios, o Greenpeace e outras organizações ambientalistas cometeram muitos erros, embora alguns não fossem bem aquele tipo de erros que são tão comuns em ciência, eram mais erros de cálculo ideológico. No entanto, com a proliferação progressiva da investigação científica a quase todas as disciplinas da ecologia (clima, energia, transportes, etc.), o Greenpeace tal como a maior parte das associações ambientalistas percebeu melhor a importância da ciência para o seu activismo, integrando cada vez mais investigadores especializados e muito bem informados. O activismo ecológico de hoje é em geral muito mais bem informado e preocupa-se em seguir aquilo que é a vanguarda do conhecimento científico. O Greenpeace de 2007 é muito melhor que o Greenpeace de 1971. Os casos de Nicolas Hulot e de Yann Arthus-Bertrand são dois excelentes exemplos recentes de um ambientalismo generoso, empenhado, muito bem informado e que não faz broches ao marxismo. Curiosamente, o activismo anti-ecológico tem percorrido o mesmo caminho mas em sentido inverso, abraçando as mais anedóticas teses pseudo-científicas e disferindo ataques patéticos à comunidade científica. O fiasco da Global Climate Coalition (o sítio internet foi encerrado como se pode verificar) é talvez o melhor exemplo desse tipo de activismo.
Considero o caso dos Eufémios um típico exemplo de má ecologia, sobretudo pela razão invocada pelo Filipe Moura no Cinco Dias: "tenho realmente pena que os activistas, com tantos crimes ecológicos que se cometem pelo Algarve e por Portugal fora, se concentrem exclusivamente no milho transgénico". Em Portugal existem milhares de hectares de lixo e de atentados ecológicos de bradar aos céus, bem mais perigosos do que 51 hectares de milho transgénico, mas que quase toda a gente e os Eufémios acham normal (ex: o centro de Lisboa é borrifado pelos produtos resultantes da combustão de cerca de 80 toneladas diárias de combustível emitido pela aviação comercial).
Sobre os transgénicos concordo com quase tudo o que escreveu o Tiago Almeida nos comentários do Sem Muros e convido o leitor a comparar o nível do texto do Tiago, um biólogo licenciado em Coimbra, com as bojardas simplórias e trapalhonas do João Miranda (mas ele não percebe porquê), supostamente um investigador em biotecnologia...
Foi apenas há algumas décadas que surgiu o activismo ecológico internacional (ex: Greenpeace foi fundado em 1971), numa época em que a produção científica era modesta e o número de investigadores era baixo comparativamente aos dias de hoje. A incerteza associada ao estudo de certas questões ecológicas era considerável, o que proporcionava que surgissem correntes de opinião sobre alguns assuntos que se verificaram mais tarde absolutamente erradas, quando surgiram novos dados científicos.
Nesses primórdios, o Greenpeace e outras organizações ambientalistas cometeram muitos erros, embora alguns não fossem bem aquele tipo de erros que são tão comuns em ciência, eram mais erros de cálculo ideológico. No entanto, com a proliferação progressiva da investigação científica a quase todas as disciplinas da ecologia (clima, energia, transportes, etc.), o Greenpeace tal como a maior parte das associações ambientalistas percebeu melhor a importância da ciência para o seu activismo, integrando cada vez mais investigadores especializados e muito bem informados. O activismo ecológico de hoje é em geral muito mais bem informado e preocupa-se em seguir aquilo que é a vanguarda do conhecimento científico. O Greenpeace de 2007 é muito melhor que o Greenpeace de 1971. Os casos de Nicolas Hulot e de Yann Arthus-Bertrand são dois excelentes exemplos recentes de um ambientalismo generoso, empenhado, muito bem informado e que não faz broches ao marxismo. Curiosamente, o activismo anti-ecológico tem percorrido o mesmo caminho mas em sentido inverso, abraçando as mais anedóticas teses pseudo-científicas e disferindo ataques patéticos à comunidade científica. O fiasco da Global Climate Coalition (o sítio internet foi encerrado como se pode verificar) é talvez o melhor exemplo desse tipo de activismo.
Considero o caso dos Eufémios um típico exemplo de má ecologia, sobretudo pela razão invocada pelo Filipe Moura no Cinco Dias: "tenho realmente pena que os activistas, com tantos crimes ecológicos que se cometem pelo Algarve e por Portugal fora, se concentrem exclusivamente no milho transgénico". Em Portugal existem milhares de hectares de lixo e de atentados ecológicos de bradar aos céus, bem mais perigosos do que 51 hectares de milho transgénico, mas que quase toda a gente e os Eufémios acham normal (ex: o centro de Lisboa é borrifado pelos produtos resultantes da combustão de cerca de 80 toneladas diárias de combustível emitido pela aviação comercial).
Sobre os transgénicos concordo com quase tudo o que escreveu o Tiago Almeida nos comentários do Sem Muros e convido o leitor a comparar o nível do texto do Tiago, um biólogo licenciado em Coimbra, com as bojardas simplórias e trapalhonas do João Miranda (mas ele não percebe porquê), supostamente um investigador em biotecnologia...
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