Ler o octogésimo nono artigo de Vasco Graça Moura em que faz um paralelo entre a eclosão da II Guerra Mundial e a guerra ao terrorismo.
Estamos todos convencidos, antes de começar a II Guerra Mundial a Europa era só pacifistas! Os nacionalismos exacerbados tanto de esquerda como de direita não existiam. Nos anos 30 era só lenços brancos, pombas e ramos de oliveira! As brigadas internacionais que foram combater para Espanha um dos primeiros bastiões do fascismo, onde os alemães testaram as suas armas, nunca existiram. Malraux, brigadistas, socialistas, trabalhistas, etc., nunca estiveram em Espanha, devem ter ficado em casa a estudar a passagem da vida de Cristo onde este oferece a outra face.
Todos sabemos que a ocupação do território alemão, na região do Sarr, depois da I Guerra Mundial não contou nada para a ascensão de Hitler. A culpa é da diplomacia, obviamente.
Depois, já se sabe, "os países membros da União Europeia querem construí-la a despeito de não conseguirem dotá-la de qualquer capacidade militar", denuncia V.G. Moura. Número de armas nucleares europeias: Reino Unido cerca de 350; França cerca de 200 (números de 2002). Portanto, 550 armas nucleares é zero de capacidade nuclear... Os Scud de Saddam, aquilo é que era material perigosíssimo! Armas nucleares é para frouxos europeus, aliás as armas nucleares são tão fraquinhas que o valente V.G. Moura até as usa para acender a lareira lá em casa!
V.G. Moura continua para bingo: "Falar nisso assusta os cidadãos e, sobretudo, uma juventude que cresceu embrulhada em algodão-em-rama e vota a partir dos 18 anos".
Esta é para mim.
Não me recordo se os cobertores da casa da minha avó eram de algodão-em-rama. O que me recordo é que nem o meu pai, nem a minha família, nem os amigos do meu pai eram ricos, também não tínhamos amigos médicos que lhe passassem um atestado a dizer que tinham bicos de papagaio nos pés. O meu pai decidiu não fugir para o Luxemburgo, ao contrário do que fizeram grande parte dos seus amigos. Deram-lhe uma G3 e um bilhete para Angola. Este foi o "algodão-em-rama" que esperava muitos milhares da minha geração assim que viemos ao mundo...
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