Durante os mais de 700 km que fiz para ir e voltar de Bragança, para ver o eclipse, assisti sem exagero a 10 fogos, 3 dos quais me deixaram num estado de semi-intoxicação tal era a proximidade.
Quando não eram os fogos que me intoxicavam era a proliferação de cartazes foleiros em tudo o que é freguesia. As novas tecnologias permitem ao mais humilde candidato a descoberta da arte da fotomontagem, no entanto à medida que ía entrando pelas zonas mais inóspitas do país, entre Viseu e V.N. Foz Côa e entre Foz Côa e Bragança, a qualidade da fotomontagem era absolutamente patética (poses dos candidatos tipo equipa de futebol, tipo Três Duques, tipo Men in Black, tipo aparição em Fátima) onde as noções de perspectiva são uma autêntica vergonha comparadas com as obras dos nativos pré-históricos do Vale do Côa. A quantidade de cartazes à beira das estradas era absolutamente pornográfica, destruindo o pouco que restava da paisagem que ainda não tinha sido destruída pelo fogo.
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