As quantidades mínimas de material consideradas pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) como significativas para serem utilizadas em armas nucleares são: 8 kg de plutónio e 25 kg de urânio 235. Durante o curso das primeiras inspecções no Iraque em 1991, descobriu-se que o regime iraquiano tinha intenção de produzir armas nucleares, mas graças à sua fraca capacidade industrial tudo o que conseguiu produzir foram:
- ~ 2,5 g de plutónio
- 0,5 kg de urânio (Dados da AIEA)
Enriquecidos a uma taxa média de 4%. Para se fazer uma bomba, a taxa de material enriquecido deverá ser pelo menos de 80%.
Estamos muito longe das perspectivas alarmistas que intoxicaram a opinião pública mundial antes da intervenção americana no Iraque. Até porque depois desta descoberta, que foi feita em 1991, o Iraque perdeu ainda mais alguma da sua fraca capacidade industrial. Para ilustrar o clima alarmismo criado não resisto a transcrever esta passagem de 3 de Abril de 2003 de um artigo publicado no Publico por Pacheco Pereira:
"...regimes como o iraquiano, que, de há 20 anos a esta parte, não faz outra coisa senão armar-se com armas cada vez mais poderosas..."
Ao contrário do que diz Pacheco Pereira, desde 1991 o regime iraquiano não se armou com armas cada vez mais poderosas. Mas curiosamente foi há 20 anos que o regime iraquiano comprou as armas mais poderosas que alguma vez deteve. Há cerca de 20 anos, o Iraque comprou armas químicas a empresas americanas e o governo americano forneceu imagens de satélite ao regime iraquiano do norte do Iraque e do Irão. As imagens de satélite do Irão foram úteis para gazear as tropas iranianas e as imagens de satélite do norte do Iraque serviram para gazear as aldeias curdas...
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