terça-feira, julho 20, 2004
Baía no Olimpo
O melhor guarda-redes da Europa e Jorge Costa, o jogador a quem Octávio Machado tinha passado uma certidão de óbito há três anos atrás. (Foto do sítio da UEFA)
O título de melhor guarda-redes da Europa atribuído pela UEFA a Vítor Baía não me espanta. O prémio de melhor guarda-redes da Liga dos Campeões atribuído pela Gazzeta dello Sport era já um prenúncio de grandes prémios internacionais para o Vítor lá para o final de 2004. Afinal nem foi preciso esperar tanto. Ele merece porque foi de facto o melhor no velho continente em 2004. Foi de longe o menos batido no campeonato português (que tem pouca relevância) e não sofreu qualquer golo nos dois jogos das meias-finais e na final da liga dos campeões, tendo tido um papel activo e decisivo para a vitória do FC Porto. Ao ganhar a terceira taça europeia diferente Baía increveu o seu terceiro record na Associação de História e de Estatística de Futebol, que é um record inédito entre guarda-redes. Os outros dois são o record de tempo sem sofrer golos no campeonato português e em fases finais de campeonatos da europa em 2000 (onde o seu record comporta um penalty defendido contra a Turquia). Este feito não passou despercebido a quem gosta e a quem percebe de futebol na Europa. Em Portugal é o normal, destila-se ódio.
O título deste texto tem um duplo sentido. Espero que José Romão amanhã não se engane na convocatória. Os deuses do Olimpo querem ver Baía a jogar ali junto à sua morada, a abrilhantar os Jogos Olímpicos do país dos filhos de Helena.
Passei muitas horas no banco
Como diz o Bruno do Avatares, Ricardo é uma pessoa muito simples, o que o torna muito vulnerável a más companhias que são autênticos destiladores de ódio anti-Porto. Para sacar mais algum à custa da ingenuidade do Ricardo, essas companhias escreveram um livro em nome do mesmo Ricardo, onde este considera «lamentável» que Vítor Baía declarasse que aqueles «mereciam ter jogado no Mundial deviam ter provado isso nos treinos». Vítor Baía não poderia ter dito mais nada. Em todos os desportos é assim. Os treinos servem para trabalhar e escolher as equipas que vão jogar no fim de semana. Eu passei muitas e muitas horas no banco de suplentes quando joguei basquete. E porquê? Porque era poste e durante grande parte da minha carreira tive colegas que faziam a posição de poste melhor do que eu. E como devem jogar os melhores, eu ficava no banco. Não é agradável estar no banco, mas eu sempre o aceitei sem nunca me chatear com os colegas que me tiravam o lugar. Ricardo em vez de ficar feliz por nos ter oferecido aquele momento bonito em que marcou um penalty (e esquecer o pesadelo dos cruzamentos para a pequena área, onde esteve mal), optou por abandonar o seu perfil de bebé chorão injustiçado para se transformar numa figura arrogante. Depois deste prémio atribuído a Baía pela UEFA, Ricardo faz figura de triste escusadamente.
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