Vi ontem em Bruxelas "Fahrenheit 9/11", o filme vencedor da Palma de Ouro deste ano do Festival de Cannes (júri presidido pelo realizador americano Quentin Tarentino). A sala estava cheia e o público era verdadeiramente internacional a avaliar pelas diferentes línguas que se ouviam na sala antes do filme começar. No final, o filme de Michael Moore mereceu um estrondoso aplauso de toda a sala.
O mérito de Moore é a denúncia e o relembrar de factos importantes que foram abafados pela propaganda da Casa Branca. Aqui vão alguns dos meus momentos preferidos do filme.
- Moore passa o mítico aperto de mão entre Rumsfeld e Saddam Hussein.
- Moore mostra uma série de apertos de mão e palmadinhas nas costas entre o pai de George W. Bush e a família real saudita mostrando de seguida uma das muitas decapitações públicas que ocorreram na Arábia Saudita durante o período dos referidos apertos de mão.
- Moore mostra a visita de uma delegação de talibãs ao Texas em 2001 para negociar com empresas ligadas à família de Bush (esta cena é linda!).
O filme de Moore transpõe para imagens boa parte do seu último livro "Dude, where’s my country?". Para quem leu os últimos livros de Bernard-Henry Lévy, de Hans Blix ou de Richard Clarke que abordam o mesmo tema, o filme de Moore convida-nos a rir (para não chorar) com as mesmas indignações que angustiaram estes autores a escrever o que lhes ía na alma sobre as opções da administração Bush. Passa pela tela muito do livro de Clarke, que analisaremos em breve em mais pormenor. Moore consegue fazer rir e ao mesmo tempo consegue acordar o espectador, libertando-o do sonífero propagandístico da ameaça iraquiana e mostra-nos muito daquilo que realmente interessa analisar sobre as opções da administração Bush. A não perder!
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