Nos últimos anos, tem-se verificado um aumento significativo de
campanhas publicitárias que garantem variadíssimos benefícios para a
saúde decorrentes do consumo de produtos alimentares, de limpeza, de
cosmética, etc. Sem um mecanismo de regulação apropriado numerosas
marcas enveredaram abertamente pela publicidade enganosa, de que o
exemplo mais flagrante e mais caricato foi o da chamada pulseira do
equilíbrio. No entanto, a Power Balance viria a ser condenada por um tribunal australiano por publicidade enganosa e obrigada a propor um reembolso a todos os clientes que adquiriam a pulseira do equilíbrio.
A partir desta semana a rotulagem e a publicidade dos produtos
comercializados na UE (União Europeia) que anunciam benefícios para a
saúde dos consumidores vão passar a estar mais sujeitas ao escrutínio científico. A UE limitou a uma lista de 222
os benefícios para a saúde confirmados cientificamente. Todas as
empresas que vendem produtos com rotulagem referindo benefícios para a
saúde que não integram a referida lista, têm seis meses para retirar do
mercado os respetivos produtos e para parar todas as campanhas
publicitárias com informação infundada.
A marca de iogurtes Activia do grupo Danone é um dos principais visados
por esta regulamentação. Após longos anos publicitando benefícios para a
saúde, em particular benefícios para a digestão e para o fluxo
intestinal, em 2010 a Danone concordou pagar uma multa de 21 milhões de
dólares por exagero nos benefícios para a saúde propagandeados em
campanhas publicitárias realizadas nos EUA. Com esta medida a UE
dotou-se de um instrumento importante para moralizar e para regular o
poder das multinacionais que operam no nosso continente. Convém lembrar,
algumas destas empresas movimentam fluxos de dinheiro superiores aos
orçamentos de alguns países da UE.
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