A vitimização ensaiada por Soares dos Santos no caso Pingo Doce só convence quem não conhece as práticas hegemónicas dos grandes grupos de distribuição. Os pequenos e médios comerciantes locais já se habituaram a lutar contra legislação que favorece os amplos horários de abertura das grandes superfícies, contra o dumping de preços em produtos de primeira necessidade compensados por serviços e rendas de lojas, contra a chantagem para redução das margens dos produtores e contra a influência destes grupos nos grandes partidos. Ao apoiar candidaturas políticas, os batalhões de advogados destas empresas influenciam a parte do programa político que lhes diz respeito. Recentemente condenado por planeamento fiscal abusivo, o patriota Soares dos Santos é ironicamente o maior importador do setor.
Publicado hoje no jornal As Beiras.
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