Esta União Europeia representa o modelo soberanista no seu pior. O Conselho, composto pelos chefes de estado de cada país, tem um poder excessivo onde pesam demasiado os egoísmos nacionais e os protagonismos individuais (Sarkozy e Berlusconi, por exemplo). São os mesmos chefes de estado que escolhem o Presidente da Comissão Europeia e o Presidente do Conselho. De preferência escolhem quem não lhes faça sombra, figurinhas de segunda ou terceira linha como Van Rompuy ou Barroso. Por exemplo, é hoje conhecido que Blair (ou seja indirectamente Bush) boicotou a escolha de Jean-Claude Juncker para presidente da Comissão para escolher o prestável Barroso aquando da invasão do Iraque.
Este modelo da UE tanto é o modelo de Sarkozy, como o de Merkel ou o modelo de Papandreou. Este último promovido anteontem a grande democrata, nunca batalhou pelo reforço dos poderes do Parlamento Europeu ou pela democratização da Comissão ou do Conselho. A nível interno Papandreou nunca propôs referendar a entrada da Grécia no euro quando esta não cumpria as condições mínimas em 2001, ou referendar a organização de uns jogos olímpicos que a Grécia não podia pagar, ou referendar um orçamento da defesa que rondava os 5% do PIB ou referendar o poder excessivo e ilegítimo de uma oligarquia financeira na economia do seu país. Se tocasse neste último ponto, aí sim estaria a genuinamente a defender o futuro da Grécia e aí sim a Grécia poderia tornar-se mais democrática. O referendo que propõe é puramente tacticista, é um referendo para salvar a face, onde os Gregos vão decidir entre dose e meia-dose de austeridade.
Este modelo da UE tanto é o modelo de Sarkozy, como o de Merkel ou o modelo de Papandreou. Este último promovido anteontem a grande democrata, nunca batalhou pelo reforço dos poderes do Parlamento Europeu ou pela democratização da Comissão ou do Conselho. A nível interno Papandreou nunca propôs referendar a entrada da Grécia no euro quando esta não cumpria as condições mínimas em 2001, ou referendar a organização de uns jogos olímpicos que a Grécia não podia pagar, ou referendar um orçamento da defesa que rondava os 5% do PIB ou referendar o poder excessivo e ilegítimo de uma oligarquia financeira na economia do seu país. Se tocasse neste último ponto, aí sim estaria a genuinamente a defender o futuro da Grécia e aí sim a Grécia poderia tornar-se mais democrática. O referendo que propõe é puramente tacticista, é um referendo para salvar a face, onde os Gregos vão decidir entre dose e meia-dose de austeridade.
Há muito que Delors e depois Prodi defenderam a inevitabilidade de uma maior integração europeia, opiniões transversais ao espectro do Parlamento Europeu, que vão de Juncker a Cohn-Bendit, têm combatido a via soberanista. Não é por falta de opções que a UE não progride. A eleição directa pelos europeus dos Presidentes da Comissão ou do Conselho e o reforço dos poderes do Parlmaneto Europeu facilitaria a escolha de candidatos de primeira linha, que verdadeiramente se interessam pelo projecto europeu e poderia evitar uma Europa à deriva, ao sabor dos caprichos de Sarkozy, Papandreou ou Merkel.
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