Não gosto daquele anti-europeísmo mal informado e desinformador de Manuel Alegre, parafraseando Mário Soares, considero que "se a esquerda não é europeia não é nada". No presente cenário de crise (financeira, ambiental e energética) é essencial um presidente que saiba ler correctamente a situação internacional, uma personalidade que não esteja enclausurada na sua capelinha, muito distraída com trocas de maldades entre colegas de partido. Duvido que Manuel Alegre tenha uma percepção clara do poder que goza hoje o sistema financeiro global sobre os estados. E tenho a certeza que Manuel Alegre não percebe a importância de organizações internacionais como a ONU no combate à pobreza, à fome, ao aquecimento global, aos conflitos étnicos e à violência sobre as mulheres. Como uma boa parte do trabalho de um presidente da república passa pela relação de Portugal com o mundo, considero Manuel Alegre muito mal preparado para esse tipo de funções, ao contrário de Fernando Nobre. Um país que tem cerca de 5 milhões de emigrantes espalhados pelo mundo não se pode dar ao luxo de ter um presidente refractário à diplomacia internacional e às instituições internacionais. Além disso, a Europa já tem suficientes figurinhas que boicotam constantemente as instituições internacionais para proteger interesses partidários mesquinhos, para proteger fundamentalismos religiosos e para minar o projecto europeu em favor da extrema-direita americana, como o presidente checo ou o primeiro-ministro britânico. Seria triste se Alegre alinhasse com semelhantes personagens.
Se estas razões não bastassem, não gosto ainda daquele republicanismo vetusto a cheirar a Primeira República, aquele discurso de Chevènement à portuguesa de cariz conservador relativamente às opções sexuais e à prostituição e de cariz patrioteiro relativamente à nossa história.
Se estas razões não bastassem, não gosto ainda daquele republicanismo vetusto a cheirar a Primeira República, aquele discurso de Chevènement à portuguesa de cariz conservador relativamente às opções sexuais e à prostituição e de cariz patrioteiro relativamente à nossa história.
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