"É desesperante ser adorado por idiotas" é a minha tradução do título do filme "C'est dur d'être aimé par des cons" de Daniel Leconte que ainda não estreou entre nós. Este filme conta o processo que envolveu o jornal francês Charlie Hebdo após a publicação de algumas das caricaturas de Maomé e de uma edição em que era representada na capa a figura de Maomé em desespero com os protestos dos integristas contra a publicação das mesmas caricaturas. O processo contra o Charlie Hebdo foi da iniciativa das elites religiosas muçulmanas, mais preocupadas em dar um peso muito maior a figurinhas de Maomé do que aos problemas sociais, sobretudo desemprego e guetização, que grassam nas diversas comunidades muçulmanas francesas.
"É desesperante ser adorado por idiotas" é uma expressão colocada na boca de Maomé, mas é na verdade uma expressão muito mais universal, poderia ser utilizada com o mesmo significado se substituíssemos Maomé por Cristo ou David quando pensamos nos cristãos evangélicos americanos, na Opus Dei ou nos judeus ortodoxos. Durante o processo, Philippe Val, o editor do jornal, não se cansou de fazer passar esta ideia e a presença de autoridades católicas ao lado das elites religiosas muçulmanas durante o processo só a veio reforçar.
Apesar da liberdade de expressão ter saído vitoriosa deste processo, este documentário mostra como este valor é frágil e está sujeito a ataques poderosos e violentos de grupos de pressão com pretensões muito próximas do totalitarismo.
Um filme dentro do filme
Vi este filme em Bruxelas no dia da sua estreia, numa sala onde um grupo de quatro jovens muito bem vestidos, certamente vindos directamente de uma mesquita sofisticada, tentaram realizar um número muito mal ensaiado contra a projecção do filme. Após alguns berros dos espectadores presentes na sala, acabaram por sair, não dispensado um sonoro estrondo ao fechar a porta da sala. Vive la liberté!
"É desesperante ser adorado por idiotas" é uma expressão colocada na boca de Maomé, mas é na verdade uma expressão muito mais universal, poderia ser utilizada com o mesmo significado se substituíssemos Maomé por Cristo ou David quando pensamos nos cristãos evangélicos americanos, na Opus Dei ou nos judeus ortodoxos. Durante o processo, Philippe Val, o editor do jornal, não se cansou de fazer passar esta ideia e a presença de autoridades católicas ao lado das elites religiosas muçulmanas durante o processo só a veio reforçar.
Apesar da liberdade de expressão ter saído vitoriosa deste processo, este documentário mostra como este valor é frágil e está sujeito a ataques poderosos e violentos de grupos de pressão com pretensões muito próximas do totalitarismo.
Um filme dentro do filme
Vi este filme em Bruxelas no dia da sua estreia, numa sala onde um grupo de quatro jovens muito bem vestidos, certamente vindos directamente de uma mesquita sofisticada, tentaram realizar um número muito mal ensaiado contra a projecção do filme. Após alguns berros dos espectadores presentes na sala, acabaram por sair, não dispensado um sonoro estrondo ao fechar a porta da sala. Vive la liberté!
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