O meu artigo deste fim-de-semana no portal Esquerda.net:
A tranquilidade com que se aceitou no campo republicano uma candidata a vice-presidente dos EUA que defende que o criacionismo deve ser dado nas escolas e que nega o aquecimento global e o Big Bang, representou para a comunidade científica americana o oficializar do fanatismo e da pseudo-ciência. Após anos de ataques e de tentativas de deturpação de resultados científicos por parte de poderosos grupos de pressão, organizações religiosas fanáticas e grupúsculos de extrema-direita, o Partido Republicano compactuou por fim com o que de pior há na América. Entre os vários ataques que tem sofrido a ciência nos EUA, talvez o episódio mais marcante tenha sido a tentativa em 2004 de incluir no currículo de uma escola secundária de Dover, Pensilvânia, o desenho inteligente, uma variante do criacionismo que recorre parcialmente a argumentação científica para justificar o que não passa de pseudo-ciência. O caso passou pelos tribunais e o desenho inteligente foi excluído do currículo da escola de Dover por violar o princípio constitucional de separação entre Igreja e Estado.
Está em linha uma petição "Defenda a Ciência" subscrita até ao momento por mais de dois mil investigadores, entre os quais 14 Prémios Nobel e cerca de 100 membros da National Academy of Sciences dos EUA. Abaixo transcreve-se o primeiro parágrafo da petição traduzido pelo Prof. Carlos Fiolhais da Universidade de Coimbra:
"Hoje, nos Estados Unidos, a ciência, como ciência, está sob um ataque como nunca foi visto.
Os sinais estão por todo o lado. Os ataques chegam a um ritmo acelerado, e incluem frequentes intervenções por forças poderosas, dentro e fora da administração Bush, que parecem muito dispostas a negar todas as verdades científicas, perturbar investigações científicas, bloquear o progresso científico, minar a educação científica, e sacrificar a própria integridade do processo científico - todas procurando concretizar a sua agenda política particular. E hoje esta agenda política dominante está profundamente aliada e entrelaçada com uma agenda ideológica extremista (e extremamente anti-científica) apresentada por poderosas forças religiosas fundamentalistas vulgarmente conhecidas por direita religiosa. Estes fundamentalistas detêm hoje uma ampla influência e representação nas principais instituições do governo dos Estados Unidos, incluindo a Casa Branca e o Congresso. Isto chega para explicar por que razão a ciência está a sofrer um tal ataque sem precedentes."
A tranquilidade com que se aceitou no campo republicano uma candidata a vice-presidente dos EUA que defende que o criacionismo deve ser dado nas escolas e que nega o aquecimento global e o Big Bang, representou para a comunidade científica americana o oficializar do fanatismo e da pseudo-ciência. Após anos de ataques e de tentativas de deturpação de resultados científicos por parte de poderosos grupos de pressão, organizações religiosas fanáticas e grupúsculos de extrema-direita, o Partido Republicano compactuou por fim com o que de pior há na América. Entre os vários ataques que tem sofrido a ciência nos EUA, talvez o episódio mais marcante tenha sido a tentativa em 2004 de incluir no currículo de uma escola secundária de Dover, Pensilvânia, o desenho inteligente, uma variante do criacionismo que recorre parcialmente a argumentação científica para justificar o que não passa de pseudo-ciência. O caso passou pelos tribunais e o desenho inteligente foi excluído do currículo da escola de Dover por violar o princípio constitucional de separação entre Igreja e Estado.
Está em linha uma petição "Defenda a Ciência" subscrita até ao momento por mais de dois mil investigadores, entre os quais 14 Prémios Nobel e cerca de 100 membros da National Academy of Sciences dos EUA. Abaixo transcreve-se o primeiro parágrafo da petição traduzido pelo Prof. Carlos Fiolhais da Universidade de Coimbra:
"Hoje, nos Estados Unidos, a ciência, como ciência, está sob um ataque como nunca foi visto.
Os sinais estão por todo o lado. Os ataques chegam a um ritmo acelerado, e incluem frequentes intervenções por forças poderosas, dentro e fora da administração Bush, que parecem muito dispostas a negar todas as verdades científicas, perturbar investigações científicas, bloquear o progresso científico, minar a educação científica, e sacrificar a própria integridade do processo científico - todas procurando concretizar a sua agenda política particular. E hoje esta agenda política dominante está profundamente aliada e entrelaçada com uma agenda ideológica extremista (e extremamente anti-científica) apresentada por poderosas forças religiosas fundamentalistas vulgarmente conhecidas por direita religiosa. Estes fundamentalistas detêm hoje uma ampla influência e representação nas principais instituições do governo dos Estados Unidos, incluindo a Casa Branca e o Congresso. Isto chega para explicar por que razão a ciência está a sofrer um tal ataque sem precedentes."
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