Eu estranho um grupo de empresários, como o do Compromisso Portugal, que se apresenta como fresco, dinâmico e com ideias novas para contribuir para o debate político, e depois a cada oportunidade propõe como medidas principais:
- A diminuição de impostos
- A flexibilização dos contratos de trabalho
- A redução da cobertura social
- A moderação salarial
- O aumento das propinas nas universidades
Eu julgava que um grupo de empresários estaria mais preocupado com:
- O investimento (privado ou público) na investigação em ciência fundamental e em novas tecnologias
- Estreitar a cooperação entre empresas e universidades
- A diminuição da burocracia
- Uma aposta acima da média europeia no investimento na educação e na investigação para recuperarmos o nosso imenso atraso
- A formação dos nossos empresários, dado que os empresários nacionais são os que apresentam as qualificações mais baixas da Europa, bem longe dos países com valores mais próximos
- O melhoramento da rede de transportes e telecomunicações
- A regulação do sector da energia, para acabar com situações de cartel e monopólio, permitindo a baixa dos preços
Mas não, disto ouve-se muito pouco. Tudo tresanda a ideologia no discurso do Compromisso Portugal. Aquele verniz de independência partidária estala ao primeiro contacto. Percebe-se que a preocupação genuína não é com o país, não é um compromisso com Portugal, é mais a preocupação de que os empresários se vão safando. Aliás dentro da mesma filosofia da geração de empresários anterior, que se foi sempre safando à custa de mão de obra barata e outras habilidades que não requerem muito esforço.
É por estas e por outras que estamos na cauda.
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