Começo a dar razão ao João Magueijo, um investigador em Portugal a partir de uma certa altura começa a transformar-se num burocrata. São resmas de papel, horas e horas em frente a formulários (e agora é tudo muito mais simples com a internet), escrevo o meu nome dezenas de vezes, o nº de BI, a minha morada, a da instituição e a privada, nº de telefone, fax, email, a cidade, o país, o nº de telemóvel (que raramente ligo). Pergunto-me para quê tanta informação? A maior parte dos casos sabemos que basta o nº de BI para ser identificado e o curriculum para ser avaliado. Mas não, parece vício que herdamos do tempo da catalogação política da PIDE. Só falta a côr das cuecas. Mas essa até seria uma informação que daria com bastante gosto, ao menos quebraria a monotonia cinzentona da burocracia. Venha a porra do cartão do cidadão com uma banda magnética (a única medida anunciada pelo Sócrates que não me faz soltar um bocejo)!
É nestas alturas em que tenho saudades do tempo em que era estudante, quando podia estar livremente até às tantas da manhã a estudar assuntos que me davam gozo, a resolver problemas até o galo cantar, a derreter muita massa cinzenta cheio de satisfação.
Hoje, depois de mais uma candidatura-mais uma viagem a um projecto sinto-me um Joseph K. da ciência, infernizado pela papelada e condenado a não sei muito bem o quê.
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