No comunicado emitido este mês pelo Conselho dos Laboratórios Associados levantam-se dúvidas pertinentes sobre o processo de avaliação das unidades de investigação:
- "No esquema agora anunciado, a FCT entrega a uma organização sem experiência na matéria, em graves dificuldades e em vias de extinção (a Fundação Europeia para a Ciência, em Estrasburgo - (ESF)) a responsabilidade de seleccionar e alocar peritos internacionais para a avaliação das unidades de investigação em Portugal";
- "Carece de explicação cabal o contrato estabelecido entre a FCT e a ESF. Com efeito, com a criação da organização Science Europe em Outubro de 2011, a ESF encontra–se desde então em processo de extinção. Este facto torna ainda mais necessário justificar que a FCT tenha decidido transferir a responsabilidade da sua missão mais importante (a avaliação científica) para essa organização, em moldes mantidos inexplicavelmente desconhecidos pela comunidade científica";
- "a FCT entregou também a responsabilidade de conduzir uma análise prévia bibliométrica (uma das novidades do novo esquema agora anunciado) à editora privada ELSEVIER. Tendo em conta que existe um organismo oficial responsável pela produção e elaboração de estatísticas e estudos para a ciência e tecnologia, a DGEEC – Direcção-Geral de Estatísticas de Educação e Ciência, que inclui a produção de indicadores na área da produção cientifica, qual a justificação de se encomendar esse estudo a essa editora e não a esse organismo?".
Parece que já vimos este filme em qualquer lado. Uns contratos que se atribuem aqui e ali, sem transparência de critérios. A velha e má forma de implementar políticas continua instalada. É preciso acabar com isto e este comunicado é um bom instrumento para combater a falta de transparência.