quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Legado e assassinato de Martin Luther King


Em frente ao Lincoln Memorial, Washington DC, EUA, 2002.

Estou a acabar de ler "Os Pensadores" de Daniel J. Boorstin. À medida que me aproximo do fim do livro chego à terrível conclusão que a maior parte dos grandes pensadores da humanidade, os grandes inovadores de cada época, foram perseguidos, refugiados, condenados a prisão em julgamentos falseados, condenados à morte ou pura e simplesmente assassinados. Sócrates, Aristóteles, S. Bento de Núrsia, Lutero, Thomas Moore, Rousseau, John Locke, Marx, Einstein ou Ghandi são apenas alguns entre muitos exemplos. Martin Luther King foi um dos últimos pensadores a seguir este destino. A sua luta pacífica irritava profundamente a direita dura americana, que impossibilitada de organizar um julgamento falseado à moda antiga num cenário de opinião pública inflamada acabou por organizar um confortável assassinato. Não foi a extrema-direita, foi a direita dura, foi uma direita mais "responsável" e religiosa, a direita do racismo velado, foi essa direita a dar a ordem de assassinato. Ainda não perdi a esperança de sabermos um dia exactamente qual foi o grupinho de políticos que o arquitectou.

A eleição de Obama foi um maravilhoso acontecimento poético, um acontecimento que faz parte do valiosíssimo legado que a luta de Luther King nos deixou. E para essas contas tanto dá que Obama seja mau ou bom político, um presidente afro-americano também tem direito a ser mau político, sobretudo depois da catástrofe Bush-filho.

Obrigado Martin!

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