quarta-feira, agosto 31, 2005

Iraque: já chega!

Perante a pior catástrofe dos últimos anos e à beira da guerra civil, o Iraque precisa mais do que nunca do apoio de uma comunidade internacional verdadeiramente solidária e descomprometida com as ambições petrolíferas dos EUA. Está na hora da Europa, e outras regiões do mundo que não se envolveram no desastre da invasão anglo-americana, actuarem. Portugal e o Presidente da Comissão não deveriam deixar passar em branco este terrível desastre causado pela confusão gerada pela ocupação americana.

terça-feira, agosto 30, 2005

Hoje soirée Thema na ARTE: Gays e Lésbicas

Hoje na ARTE das 19.50 às 21.45, a soirée Thema é dedicada ao tema: "Gays, lesbiennes et fiers de l’être!". Duas reportagens "Au bout de l'arc-en-ciel" e "Être Turc et gay", servirão de base para o habitual debate final.

Coisas complicadas


Junto à Base Militar Americana de Baumholder, Renânia-Palatinado, Alemanha, 2005.

Nota: o título desta entrada não é original na blogosfera, mas enquadra-se no espírito desta entrada do mesmo nome do CVM.

segunda-feira, agosto 29, 2005

O destino do Islão

Filme Klepsýdra da semana, transformado em filme do mês por força das férias, "O Destino" do realizador egípcio Youssef Chahine propõe uma explicação para a decadência e mergulho do Islão numa espécie de idade média, depois do período áureo em que a sua influência cultural se estendia desde Córdoba até Bagdade. A explicação de Chahine para o declínio é relativamente simples: a destruição dos livros, da música e de toda a cultura de um povo que possa servir de alavanca para a liberdade. Os acontecimentos têm como pano de fundo uma Andaluzia multicultural e multirracial, onde se misturam com bastante liberdade a cultura cigana, a cultura árabe, berbere e latina.
O filme possui momentos de encenação assumida em que decorrem deliciosos momentos musicais e de dança, em que se misturam sonoridades da música cigana peninsular e sonoridades árabes.
A importância de "O Destino" é a de ser uma rara crítica e uma livre reflexão sobre a evolução do Islão feitas com qualidade e vindas de dentro.

quinta-feira, agosto 25, 2005

Abre-Surdo

O Abre-Surdo é um blogue em que a posta é aromática e refrescante. É escrito por uma portuguesa e três angolanos a viver em Portugal, que é coisa dura (a ultima vez que fui ao SEF saí de lá aos berros com os funcionários...e sou portugues). A visitar.

"Temos que fazer como na Europa"

Durante a minha estadia no México tive o raro privilégio de assistir aos programas da cadeia de televisão Fox News, uma cadeia de televisão como já não se faz. É uma espécie de televisão soviética para regimes democráticos. Diverti-me à brava a ver reportagens propagandísticas a seguir ao jornal das 20 sobre as vitórias militares americanas do passado, Guadalcanal, Pearl Harbor, etc. Mas numa ocasião, estava eu já quase a adormecer, quando ouvi algo que me atingiu como um raio. Discutia-se a subida do preço do petróleo e as consequências negativas na economia americana. Às tantas um comentador bem ousado profere as seguintes palavras: "temos que mudar, temos que fazer como os Europeus! Na Europa a gasolina custa quase o dobro do custo nos EUA, nós temos que fazer o mesmo. Os Europeus utilizam os transportes públicos e as bicicletas [neste aspecto Portugal é solidário com os EUA], nós temos que fazer o mesmo." Fiquei pasmo! O Fox-moderador estava com os olhos esbugalhados! Heresia! Heresia! O programa acabou passado meio minuto, por entre anúncios de programas de tragédias humanas e de perseguições policiais.

quarta-feira, agosto 24, 2005

Vamos ter mais anos de seca e...mais incêndios!



A evolução da temperatura média da superfície terrestre (sítio da NASA) não deixa dúvidas que a actividade humana, através da emissão de gases de efeito de estufa, está a provocar o aquecimento global do planeta. Como estes gases permanecem durante muitos anos na atmosfera, o que nos espera é que a temperatura média do planeta continue a aumentar nos próximos anos, pois não é previsível uma redução destes gases nos próximos 20 a 30 anos. Uma das consequências imediatas em climas mediterrânicos ou em climas de transição para temperados é o aumento de anos de seca, e associados a longos períodos de seca acontecem os inevitáveis fogos. O ano de 2005 é disso um exemplo.
Enquanto o aquecimento global continuar o potencial de ignição e de propagação de incêndios no nosso país vai continuar a aumentar, visto que estamos numa região do mundo com tendência para a desertificação. A par das asneiras irreversíveis que já infligimos à nossa floresta, se não se levar a sério este perigo real vamos continuar a pedir meios aos outros de ano para ano, até não existir mais floresta. Esta passagem do documento preparado pelas academias das ciências dos principais países do mundo para a recente cimeira do G8 diz tudo:

"Major parts of the climate system respond slowly to changes in greenhouse gas concentrations. Even if greenhouse gas emissions were stabilised instantly at today’s levels, the climate would still continue to change as it adapts to the increased emission of recent decades. Further changes in climate are therefore unavoidable. Nations must prepare for them."

segunda-feira, agosto 22, 2005

Isto vai aquecer ainda mais...

Este lindo panorama do aquecimento global pode ser consultado aqui:
July 2005: 1.08°F above the 1880-2004 long-term mean. The 2nd warmest July on record.
June 2005: 1.08°F above the 1880-2004 long-term mean. The 2nd warmest June on record.
May 2005: 0.97°F above the 1880-2004 long-term mean. The 2nd warmest May on record.
April 2005: 1.21°F above the 1880-2004 long-term mean. The 2nd warmest April on record.
March 2005: 1.21°F above the 1880-2004 long-term mean. The 3rd warmest March on record.
February 2005: 0.72°F above the 1880-2004 long-term mean. The 9th warmest February on record.
January 2005: 1.17°F above the 1880-2004 long-term mean. The 2nd warmest January on record.

Como podem ver na mesma página, o ano de 2004 foi o quarto ano mais quente desde que se resgista a temperatura da superfície terrestre (on record). Pelo andar da carruagem das temperaturas mensais deste ano, 2005 vai entrar para este sinistro top four elaborado pela NASA:

Os coloridos templos maias

Embora hoje os grandes templos e restantes construções maias, astecas, olmecas, etc. não apresentem qualquer coloração exterior especial, quando foram construídos esses edifícios possuíam uma camada exterior de gesso colorida. Por exemplo, a cor original da Pirâmide do Mágico de Uxmal e do El Castillo de Chichen Itzá era o vermelho vivo. Escusado será dizer que perdi uns deliciosos momentos a imaginar aqueles magníficos com as cores originais.

domingo, agosto 21, 2005

Conta Natura

Tinha-me escapado o Conta Natura, um excelente blogue sobre ciência (e não só), escrito por gente que faz ciência. Ainda por cima, há ali uns autores cujos nomes não me são nada estranhos.

sexta-feira, agosto 19, 2005

Don't eat this blog!

"Don't eat this book" é o sugestivo título do novo livro de Morgan Spurlock, o realizador do filme "Supersize me". O livro tem como ponto de partida as experiências realizadas por Spurlock durante a produção do filme, mas "Don't eat this book" é um trabalho mais rigoroso, que vai bem mais além do que o filme, apresentando uma série de análises à comida fornecida nas escolas, nos hospitais e nos lares americanos e desenvolvendo uma reflexão sobre a educação física praticada nos estabelecimentos de ensino.
Apesar do tom do livro, o assunto é muito sério. Nos EUA as doenças provocadas pela obesidade são neste momento a principal causa de morte, superando o tabaco. Morrem cerca de 400 mil pessoas (cerca de 120 vezes as mortes do 11 de Setembro) por ano de doenças relacionadas com a obesidade. Em Portugal, embora estejamos longe da amplitude do flagelo americano, os números da nossa obesidade infantil indicam que para lá caminhamos.

As fotografias que não tirei

Durante o meu périplo por terras Maias, Astecas, Olmecas e Zapatecas deixei muitas fotografias por tirar, andei mais preguiçoso, mas também foram muitas horas com as mãos ocupadas a conduzir um burrito vermelho que nunca se cansou. Os índios da Serra Madre também não gostam de ser fotografados, receiam perder a alma, e respeitei a sua vontade. No entanto, na minha memória ficaram registadas aquelas tranças negras que assentavam em mantos azuis, de um azul muito escuro, com motivos dourados. Registei o tom de pele, um tom de alta montanha, lindo dentro daqueles mantos. Registei uma igreja em San Juan de Chamula com palha espalhada pelo chão em vez de bancos, recheada de velas e muitos santos, onde as tranças oravam e tocavam a palha.
Ao longo da estrada a retina substituiu a minha Minolta, "fotografei" todas as nuances de verde da floresta tropical, da savana, das montanhas, "fotografei" uma cobrazorra que se atravessou na estrada e que assassinei barbaramente (não tive hipótese de me desviar), foram meia dúzia de cratrapuns debaixo do carro e o retrovisor deu-me o instantâneo final: torcida num oito e imóvel. "Fotografei" muitos burros selvagens e os cães, muitos cães, que ladeavam os "topes" (bandas sonoras rodoviárias enormes), parecia até que faziam a guarda policial desses locais. "Fotografei" no escuro duas tartarugas gigantes a desovar nas praias do Caribe e a cria, recém saída do ovo, que se lançou que nem um tiro para o meio das ondas. "Fotografei" também muita pobreza, o pudor impediu-me de sacar a Minolta. Sobre a pobreza escreverei depois.

segunda-feira, agosto 15, 2005

Posts que nao escrevi

Nao tenho tido acesso a internet. Acumulo na memoria posts que nao escrevi. Li alguns comentarios, responderei. Ja volto, esta quase.

sexta-feira, agosto 05, 2005

Caso nao reparem: aumentou probabilidade de incendio

Os dez anos mais quentes de sempre (desde que ha registo) ocorreram desde 1990, é o que se chama o aquecimento global. Quer ocorram por causas naturais, por acidente ou por fogo posto, a probabilidade de haver incendios florestais aumentou bastante. E vai continuar a aumentar, pois todos os estudos indicam que os proximos 20 anos vao ser ainda mais quentes que os 20 anos precedentes. O fogo vai ter que ser encarado pelo nosso pais como uma "guerra", e por isso os meios terao que ser serios. Para além disso Portugal vai ter que dar uns murros na mesa de negociacoes internacional sobre problemas climaticos. Se nao se implementarem medidas urgentes para a reducao da emissão de gases de efeito de estufa, Portugal corre o serio risco de se tornar um deserto dentro de 30 anos.
É por esta ultima razao que sou pouco sensivel a umas lagrimas de crocodilo que andam por ai de alguns que sempre fingiram que o aquecimento global nao existia.

quarta-feira, agosto 03, 2005

A cumprir em terras Maias

A Klepsýdra anda meio dormente porque aqui o vosso escriba anda a cumprir um sonho de infância: Chichen Itzá -> Uxmal -> Edzná -> Palenque segue-se Monte Albán -> Tenochtitlán (Cidade do México) -> Teotihuacán -> Tikal -> Tulum.