sexta-feira, fevereiro 06, 2009

A crise não é nada com eles

Um extra-terrestre que leia este texto do Abrupto só pode pensar o seguinte: a crise actual é culpa da União Europeia e do socialismo. Com o que lá está, só pode, não há outra alternativa! A crise não tem nada a ver com a ideologia que Pacheco Pereira defende, aquilo não é nada com eles!

O que aquele texto evidencia na realidade é o estado de niilismo em que mergulharam os catequistas das maravilhas do mercado, todos aqueles que andaram a cultivar a letargia colectiva, uma sociedade acrítica que aceita sem se questionar lucros colossais a partir de actividades não produtivas e que aceita passivamente que as suas economias sejam investidas em actividades de alto risco sem que ninguém lhes peça licença. Quantas vezes Pacheco Pereira criticou os processos da UE contra os abusos dos grandes monopólios, da banca e das grandes multi-nacionais (a Microsoft, a Google, a Monsanto, etc.), apelando indirectamente ao carneirismo, ao fechar de olhos à expansão do poder das empresas ao espaço público. O mais irónico é que este discurso ajuda a validar comportamentos que são contraproducentes em relação ao próprio mercado, contribuindo para o falseamento da concorrência.

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