quarta-feira, maio 30, 2012

Um passo à frente outro atrás

Na Arábia Saudita, uma mulher num centro comercial desafia uma brigada dos bons costumes quando abordada por mostrar o cabelo e por pintar as unhas.
Na Ucrânia, as claques mais radicais exibem o seu antissemitismo e o seu racismo com todo o à-vontade, com a complacência das autoridades.
Sinais dos tempos que correm.

domingo, maio 27, 2012

UE moraliza alegados benefícios para a saúde de alimentos e de produtos

 Nos últimos anos, tem-se verificado um aumento significativo de campanhas publicitárias que garantem variadíssimos benefícios para a saúde decorrentes do consumo de produtos alimentares, de limpeza, de cosmética, etc. Sem um mecanismo de regulação apropriado numerosas marcas enveredaram abertamente pela publicidade enganosa, de que o exemplo mais flagrante e mais caricato foi o da chamada pulseira do equilíbrio. No entanto, a Power Balance viria a ser condenada por um tribunal australiano por publicidade enganosa e obrigada a propor um reembolso a todos os clientes que adquiriam a pulseira do equilíbrio.
A partir desta semana a rotulagem e a publicidade dos produtos comercializados na UE (União Europeia) que anunciam benefícios para a saúde dos consumidores vão passar a estar mais sujeitas ao escrutínio científico. A UE limitou a uma lista de 222 os benefícios para a saúde confirmados cientificamente. Todas as empresas que vendem produtos com rotulagem referindo benefícios para a saúde que não integram a referida lista, têm seis meses para retirar do mercado os respetivos produtos e para parar todas as campanhas publicitárias com informação infundada.
A marca de iogurtes Activia do grupo Danone é um dos principais visados por esta regulamentação. Após longos anos publicitando benefícios para a saúde, em particular benefícios para a digestão e para o fluxo intestinal, em 2010 a Danone concordou pagar uma multa de 21 milhões de dólares por exagero nos benefícios para a saúde propagandeados em campanhas publicitárias realizadas nos EUA. Com esta medida a UE dotou-se de um instrumento importante para moralizar e para regular o poder das multinacionais que operam no nosso continente. Convém lembrar, algumas destas empresas movimentam fluxos de dinheiro superiores aos orçamentos de alguns países da UE.

sexta-feira, maio 25, 2012

Ministra da Agricultura deveria demitir-se

Não é de ontem nem de hoje, mas o problema tem-se vindo a agravar desde que Soares dos Santos decidiu lançar o seu projeto político (sem ir a votos) espezinhando uma série de leis da república. O dumping que já se praticava a lume brando (e não era só o Pingo Doce a praticá-lo), tomou proporções incontroláveis quando outras cadeias de supermercados seguiram a famosa campanha dos 50% de desconto, isto apesar de estarem em curso investigações por concorrência desleal em inúmeros supermercados da Jerónimo Martins. Já há mais de 100 anos que a experiência, a história e os livros de economia nos ensinam que o dumping destrói a economia e produz desemprego entre produtores (principalmente agricultores) e comércio local.

Hoje foi tornado público que os estragos e as faturas das promoções selvagens do Pingo Doce começaram a chegar aos produtores e aos agricultores. O Pingo Doce começou a pressionar os produtores exigindo um aumento de margem para si, "uma verba que o produtor teria de entregar ao Pingo Doce, uma renegociação de contratos e verbas para reforço de competitividade". Isto são coisas dos filmes do Padrinho. Nas palavras de um dos principais representantes dos produtores nacionais existem "empresas com medo represálias caso não aceitem as condições dos supermercados, nomeadamente com marcas que podem desaparecer das prateleiras" e temem-se já "falências, desemprego, desinvestimento na produção nacional e, eventualmente, um aumento das importações".

A passividade da Ministra da Agricultura (e de não-sei-quantas-pastas) perante as sucessivas campanhas de 50% foi confrangedora. Será que o CDS tem receio de afrontar Soares dos Santos? E porquê? Muito provavelmente, agora é tarde demais para o ministério intervir, para evitar que os estragos se continuem a propagar até aos nossos bolsos, deixando um rasto de desemprego atrás de si entre agricultores, produtores e trabalhadores do comércio local. Como tudo isto é demasiado grave no momento de crise que atravessamos, demita-se senhora Ministra.


quarta-feira, maio 23, 2012

Os Donos de Portugal em versão integral

Moralização dos "benefícios" dos alimentos

A rotulagem e a publicidade dos alimentos que pretendem uma série de benefícios para a saúde dos consumidores vão passar a estar mais sujeitas ao escrutínio científico. A União Europeia limita a uma lista de 222 as alegações de benefícios para a saúde e dá 6 meses a todas as empresas para retirar do mercado produtos com informação infundada sobre os seus benefícios para a saúde. Parece que os famosos iogurtes Activia vão ser uma das principais "vítimas" desta moralização.

segunda-feira, maio 21, 2012

segunda-feira, maio 14, 2012

Os meus 23

Onze tipo
Mika,
Fábio Coentrão, Bruno Alves, Rolando, João Pereira,

Nani, João Moutinho, Raúl Meireles, Ronaldo, Quaresma,

Hugo Almeida,

Banco
Paulo Bento (com Mourinho ao telefone)

Rui Patrício, Quim
Ricardo Costa, Paulo Jorge, Nélson, Tonel
Vieirinha,  Miguel Veloso, Custódio, Rúben Micael, Carlos Martins
Nélson Oliveira, Varela

Mika? Já vi tudo o que tinha a ver sobre o Mika. Zero golos sofridos até à final do mundial de sub-21 (com uma única asneira que faz parte dos ossos do ofício). Um guarda-redes que sabe agarrar a bola com as duas mãos como um jogador de basket. Envergadura de Petr Cech: 1,95 m. Só lhe falta experiência, pena foi que não tivesse jogado em encontros de preparação. Depois de Vítor Baía, vamos voltar a ter um grande guarda-redes.
Pepe de fora? Sou contra a batota nas seleções. Quando o Liechtenstein ganhar o campeonato do mundo com 11 brasileiros, 6 portugueses, 5 turcos e um cidadão do Liechtenstein, talvez se lembrem de mudar regras.
Com utilização frequente no meu onze tipo: Nélson por João Pereira, Vieirinha por Moutinho, Varela por Quaresma, e Nélson Oliveira por Hugo Almeida

Erros do passado

A chuva de indemnizações exigidas ao município da Figueira por erros do passado é o tema da minha crónica no Pontos de Vista de hoje, segunda-feira, na Rádio Clube Foz do Mondego.

Horário: 10h45 com repetição às 18h40.

quinta-feira, maio 10, 2012

As repúblicas das televisões II

Há cerca de dois anos escrevi isto sobre os abusos televisivos de Eduardo Moniz. A revelação de que os nossos serviços secretos andaram a trabalhar para a TVI e para o programa político debitado e definido pelo alinhamento noticioso, só reforçam aquilo que escrevi. A televisão é uma forma de poder e ombreia quer com o poder político quer com o poder judicial. Se não assumirmos isto, a nossa democracia será sempre coxa.

segunda-feira, maio 07, 2012

A energia nuclear no centro do debate presidencial francês

(publicado no portal Esquerda.net)

A energia nuclear foi um dos pontos principais de debate e do programa dos candidatos à eleição presidencial francesa. No país que mais depende desta forma de energia, a ampla variedade de posições sobre este tema produziu um debate intenso quer entre esquerda e direita, mas também entre os próprios candidatos de esquerda.

O programa de Nicolas Sarkozy é claro na afirmação do nuclear como uma opção estratégica fundamental para contornar a dependência das energias fósseis. A posição de Marine Le Pen, embora muito vaga, defende a continuidade do nuclear para garantir a independência nacional da França no setor energético, embora tenha admitido que a energia nuclear é perigosa e que a longo prazo deva ser equacionada a sua substituição.

Eva Joly, dos Verdes, apresentou o único programa abertamente pela extinção da produção de energia nuclear. Aliás, foi sob a pressão de um acordo assinado entre Verdes e o Partido Socialista Francês que o programa de François Hollande passou a integrar medidas concretas para a redução da energia nuclear a curto e a médio prazo. Em particular, o encerramento da central de Fessenheim nos próximos cinco anos. A central de Fessenheim, localizada na Alsácia perto de uma falha sísmica, é a mais velha central francesa, em atividade há 35 anos, e também a que comporta maiores riscos de ocorrência de um acidente grave. Outra medida importante é a redução a 50% da energia nuclear na produção de energia elétrica até 2025. O valor atual é de 75%, sendo o mais elevado do mundo. No entanto, Hollande defende a continuidade do programa de construção do novo reator EPR (European Pressurised Reactor/Evolutionary Power Reactor).

Jean-Luc Mélenchon defende uma saída progressiva do nuclear e propôs a realização de um referendo sobre a questão. Entre os seus apoiantes diretos, o Partido Comunista Francês defende a continuidade do programa nuclear, enquanto o Partido de Esquerda é contra.

Entre declarações confusas e pouco claras sobre o assunto, o candidato Philippe Poutou do NPA admitiu a falta de unanimidade dentro do seu partido sobre a questão da energia nuclear, embora o seu programa proponha a saída da energia nuclear dentro de 10 anos.

A candidata da Lutte Ouvrière, Nathalie Arthaud mostrou-se favorável à energia nuclear no quadro de uma gestão pública.

No caso de vitória de Sarkozy, não se espera nenhuma alteração ao programa nuclear francês nos próximos cinco anos. No caso de vitória de Hollande, pelo menos existe a esperança de uma inflexão das prioridades energéticas do país e do encerramento da central de Fessenheim, no entanto nada de radicalmente diferente ocorrerá certamente no panorama energético francês.

quinta-feira, maio 03, 2012