quarta-feira, fevereiro 29, 2012

7 Maravilhas dos Carvalhais


Inicialmente, quando dei com as 7 Maravilhas dos Carvalhais, a ideia pareceu-me curiosa mas algo ingénua. No entanto, depois de dispensar um pouco mais de atenção à iniciativa, reparei que os jovens responsáveis pelo Blog dos Carvalhais deram-se ao trabalho de calcorrear a localidade e desencantar construções e edifícios antigos, aos quais a maior parte dos cidadãos se habituou a não ligar. As fotografias também mostram o estado do património e da arquitectura das localidades do nosso concelho. O que noutras paragens é transformado em charme, atrai turismo e contribui para a qualidade de vida, é por cá ainda muito mal tratado. De qualquer forma, por aqui felicita-se a iniciativa dos jovens do Blog dos Carvalhais, contribuiu para reavivar o interesse pela sua localidade.

segunda-feira, fevereiro 27, 2012

domingo, fevereiro 26, 2012

Manifesto de Mira Amaral revela-se pobre e erróneo

Publicado no portal Esquerda.net

O terceiro Manifesto por uma Nova Política Energética em Portugal é pouco mais do que um manifesto contra as energias renováveis. Pouco fundamentado, o documento do grupo de pressão liderado por Mira Amaral e por Patrick Monteiro aborda com muita superficialidade as alternativas energéticas (gás de xisto, nuclear, biomassa e biocombustíveis), centrando-se no ataque às eólicas que são citadas diretamente em 16 dos 39 pontos (como eólicas ou intermitentes) e são assunto indireto de cerca de 2/3 do documento.

O mínimo que se espera de um documento sobre política energética é que argumentos técnicos sustentem a sua posição política. Ora o documento limita-se a apresentar indicadores de uma forma seletiva e descontextualizados, que dificilmente se aplicam à realidade europeia e em particular ao caso português. O exemplo mais caricato é modelo escolhido para ilustrar os baixos custos do nuclear. Entre a abundância de exemplos disponíveis, escolheu-se como termo de comparação um país que não tem centrais nucleares construídas ou em fase de construção, que tem apenas centrais em fase de projeto: os Emirados Árabes Unidos. Este grupo de pressão que apresenta tantas dúvidas sobre as eólicas, não tem dúvidas que os Emirados terão no futuro o MWh a 30 dólares, quando o preço do MWh de origem nuclear em qualquer país europeu é superior a 50 dólares. Mais significativo ainda é quando se constata que o preço total das faturas pouco reflete a vantagem do nuclear. Nos três países mais nuclearizados da UE, França, Eslováquia e Bélgica, o MWh custa aos particulares (preços de novembro de 2011): 148€, 182€ e 222€, respetivamente. Em Portugal o seu custo é de 193€, o que representa o 12° país mais caro entre os 27 países da UE. À indústria francesa, eslovaca e belga a eletricidade é fornecida a 76€, 133€ e 118€. Em Portugal o MWh custa 106€, o 20° lugar em 27. Apesar da evidência destes indicadores, podemos ler nas conclusões do manifesto (ponto 39): "o país precisa urgentemente, para ser competitivo e socialmente equilibrado, de ter energia suficiente a preços competitivos".

O documento repete a falsa ideia que as renováveis, em particular as eólicas, representam um peso elevadíssimo na fatura doméstica, quando em média o seu peso é apenas de 1,90 € por mês. Repete também que os custos das renováveis (englobam os naturais investimentos associados a uma nova energia) acumulados em 5 anos são cerca de 7 mil milhões de euros (1,4 mil milhões por ano) quando o impacto dos custos imputados às eólicas no custo da geração de eletricidade foi apenas de 4%, esquecendo os 400 milhões de euros que se poupam anualmente associados à importação de combustíveis fósseis, como gás natural e carvão, e às licenças de produção de CO2 (estudo Rolland Berger). Curiosamente todas as particularidades relativas à produção de energia eólica são apresentadas como graves, caras e de difícil resolução, mas não se hesita em propor a energia nuclear, essa sim, que comporta problemas técnicos extremamente complexos e verdadeiramente caros. Por exemplo, ainda não se revolveu o problema da conservação dos resíduos nucleares perigosos durante os cerca de 600 mil anos de atividade. Nunca se depositaram resíduos nucleares em definitivo num local adequado. Obviamente, os custos futuros desta fase ainda não foram contabilizados na fatura, sendo apenas certo que serão extremamente caros e que serão pagos pelas gerações futuras.

sexta-feira, fevereiro 24, 2012

De Calouste Gulbenkian a Carlos Cruz

Com todo o respeito que me merece a excelente instituição do mesmo nome, Calouste Gulbenkian, é conhecido, recebia criancinhas num hotel da Avenida de Roma. Nesse tempo em que o país era governado por um senhor honesto, julgado por juízes justos e honestos e vigiado por uma polícia razoável e honesta, sempre que rapazinhos como os rapazinhos da Casa Pia tentavam denunciar os abusos de que eram alvo, arriscavam-se a levar uma carga de porrada da polícia, uma carga de porrada também ela honesta, obviamente.

Foi preciso dobrar o ano 2000, para que o país se livrasse a pouco e pouco dessa gente honesta e os meninos da Casa Pia deixassem de ser ignorados ou agredidos pela autoridade e pelas instituições que supostamente os deveriam proteger. No entanto, a tentativa de manipulação da opinião pública da parte dos poderosos visados no processo da Casa Pia foi impressionante, utilizando a comunicação social com mestria. Lembram-se da entrevista simultânea nos três canais nos jornais das 20h? Não fossem as provas tão esmagadoras, se Carlos Cruz e o seu chauffeur, Carlos Mota (também anteriormente condenado num processo de pedofilia), tivessem sido mais discretos, se não fossem tantos os testemunhos, provavelmente o desfecho teria sido outro. A arma dos poderosos falhou, essa é maior satisfação que me dá este processo. Mas ainda há um longo caminho a percorrer até conseguirmos uma justiça igual para pobres e ricos, para fracos e poderosos.

quarta-feira, fevereiro 22, 2012

A Alemanha solidária com Passos Coelho

Durante estes dias, em Colónia, Dusseldórfia (Düsseldorf), Mogúncia (Mainz) e um pouco por toda a Alemanha, os alemães foram totalmente solidários com Passos Coelho. Aproveitaram o Carnaval para trabalhar no duro, em jejum obviamente, observando um silêncio conventual, sob voto de castidade, terminando a quadra em oração coletiva agradecendo a misericórdia do FMI e dos corretores da City.





Ai Weiwei culpado de pensar pela própria cabeça



Ai Weiwei é um dos milhares de chineses censurados e perseguidos cujo principal crime é pensar pela sua própria cabeça. A sua fotografia está a ser exposta pela primeira vez na Europa, em Paris. Fica a sugestão para os programadores das nossas galerias.

terça-feira, fevereiro 21, 2012

O estado da ciência ibérica

Em Espanha a ciência é tutelada por um ministério cocktail (para "poupar") que se designa: "Educación, Cultura y Deportes". Ou seja, ciência, ciência, é Mourinhos e as triangulações entre Iniesta, Xavi e Messi. Isto não é de estranhar, são conhecidas os preconceitos fortíssimos do Partido Popular em relação à ciência, os sacanas dos cientistas querem substituir-se ao Altíssimo, é preciso metê-los na ordem.

Por cá temos um primeiro-ministro que claramente não faz a mínima ideia da importância da ciência para sociedade. Em vez de a ciência integrar o esforço de combate à crise, não, cortou-se à bruta, até ao limite de fecho das instituições. A ciência passou a ser um estorvo, em vez de fazer parte da solução. Isto é bem resumido nesta passagem da entrevista do Reitor João Gabriel ao diário As Beiras deste sábado:

"...num momento em que nós devíamos estar completamente focados em sair da crise, a encontrar as vias de desenvolvimento que bem necessárias são, acabamos por gastar uma quantidade impressionante do nosso tempo a tentar sobreviver àquilo que nos impede de funcionar, o que é um direcionamento completamente errado da energia."

segunda-feira, fevereiro 20, 2012

domingo, fevereiro 19, 2012

Do Carnaval Património Mundial à Pirosice



Hoje tive o privilégio de assistir ao Carnaval de Binche na Bélgica. Este carnaval integrou a lista do património imaterial da humanidade da UNESCO em 2003. É um carnaval extremamente popular que envolve toda a cidade e a região. É um carnaval a pé, sem "carros alegóricos", em que são as próprias famílias e associações a desfilar, mascarados e munidos dos seus próprios instrumentos musicais. É um carnaval democrático, sem bilhetes, perceberam que todos ganham mais assim. É um carnaval onde o público pode participar nas danças coletivas, danças de roda gigantescas em torno das praças principais. Em Binche estudou-se história, não se despejou betão indiscriminadamente em cima da cidade e não se nivelou tudo por baixo para chamar mais gente. Hoje ganham reconhecimento mundial.
No nosso país a tentação de nivelar tudo por baixo é irresistível. Basta comparar os dois cartazes de carnaval: o da Figueira e o de Binche. A pirosice do nosso carnaval é confrangedora.

sexta-feira, fevereiro 17, 2012

Cacos do Império Britânico: Malvinas



Desde a rendição do general Charles Cornwallis aos exércitos francês e americano em 1781, o Império Britânico não se poupou a esforços para tentar manter a sua hegemonia. Desde o ataque a Toulon em 1793 que visava impedir que os ideiais republicanos se estendessem ao resto da Europa, até à guerra das Malvinas por iniciativa de Thatcher, passando pelo expediente da Commonwealth para manter as ex-colónias em regime light, o Império Britânico luta contra a sua extinção.

Aproveitando a distração concedida pelo governo de Merkel, o único país da UE com colónias no território da própria União (Irlanda do Norte e Gibraltar) voltou a lançar as garras às Malvinas: submarinos nucleares e o próprio Príncipe Guilherme. A família da Rainha que nunca fez um ato de contrição pelos anos de colonialismo de que foi responsável e o primeiro-ministro com tiques de extrema-direita contra os impostos na City, mostram ao mundo ao que andam. Com o Império Britânico não se brinca.

terça-feira, fevereiro 14, 2012

Parece que é Carnaval na Alemanha

Na Alemanha, por estes dias, inúmeras cidades festejam o Carnaval, em desfiles rematados por megaconcertos que se prologam até às tantas da manhã. O feriado de Carnaval é local variando a data do(s) corso(s) de cidade para cidade. Os corsos de Colónia e de Mainz (na foto) são gigantescos e em nível de loucura colectiva fazem lembrar a Love Parade, a Festa da Cerveja de Munique ou a Queima das Fitas de Coimbra.
Se motivos faltassem, o exemplo dado por quem nos empresta dinheiro, mostra o quão ridículo é obrigar cidades que festejam o Carnaval como o Funchal, Ovar, Mealhada, Loulé, Figueira da Foz ou Torres Vedras a abdicar da tolerância de ponto por motivos económicos. Perguntem aos presidentes das câmaras de Colónia ou de Mainz se eles perdem dinheiro nesse dia.

segunda-feira, fevereiro 13, 2012

quarta-feira, fevereiro 08, 2012

Quando sabe bem ganhar na secretaria



Sabe melhor que o "bife" que Contador ingeriu na Holanda antes do Tour de 2010.
Gosto de voltar a ver ganhar ciclistas que atacam e se cansam de seguida, que não são especialistas em tudo, que não andam a gerir os efeitos secundários dos comprimidos atrás das rodas do número dois da equipa.
Mas o Andy vai ter que treinar mais o contra-relógio, enquanto isso outros adquirem uns comprimidozitos para ganhar contra-relógios.

Por você eu roubava os anéis de Saturno



Crescente da lua Enceladus apanhado por baixo dos anéis de Saturno (fotografia da missão Cassini).

terça-feira, fevereiro 07, 2012

Novas células fotovoltaicas substituem pilhas e baterias

(publicado no portal Esquerda.net)

A investigação no domínio das energias renováveis deu mais um passo com o desenvolvimento de dois novos tipos de células fotovoltaicas. Graças a um projeto apoiado pela União Europeia, e com a colaboração do Imperial College, a empresa britânica G24i lançou no mercado células solares com boa eficiência tanto fora como dentro de casa, funcionando com um nível de iluminação semelhante ao que existe no interior dos nossos lares. Estas células não funcionam como as células fotovoltaicas normais, funcionam através de um processo inovador que se assemelha à fotossíntese, tal como as plantas.

No Centro de Microelectrónica de Provença, em Gardanne, França, foi desenvolvido um novo tipo de células solares ultrafinas e transparentes. Estas células fotovoltaicas foram já aplicadas a telemóveis, numa configuração de película colada a uma das faces do aparelho. Com uma hora de exposição ao Sol, um telemóvel pode ser carregado parcialmente, permitindo 30 de minutos de utilização em modo de conversação. Através da exposição ao Sol durante 6 horas é possível carregar completamente a bateria de um telemóvel. Mas estas películas transparentes poderão ser adaptadas no futuro a automóveis, a aviões e a edifícios, ampliando o seu leque de aplicações.

Tendo em conta que uma pilha convencional de 1,5 V polui um volume de água superior ao volume que ingerimos durante toda a nossa vida e que as baterias dos telemóveis são compostas por substâncias e por materiais tóxicos e perigosos, estes novos avanços vão permitir diminuir a poluição do ambiente e economizar energia à escala doméstica.

domingo, fevereiro 05, 2012

Hospital da Figueira

Todos os que se bateram pelo cancelamento das medidas de supressão de serviços do Hospital da Figueira estão de parabéns: deputados eleitos, movimentos, bloguistas e cidadãos anónimos. Sinceramente, por momentos pensei que o pior pudesse acontecer a curto ou médio prazo. No entanto, a situação económica do país e os ziguezagues do nosso Primeiro ainda nos podem trazer alguma surpresa inesperada.

quarta-feira, fevereiro 01, 2012

À atenção de Soares dos Santos

Se esta sondagem holandesa se confirmar nas urnas, que tal Soares dos Santos mudar a sua sede para Marte ou Urano. Ou para o Monte Olimpo ou o Paraíso.