sexta-feira, novembro 28, 2008

10 milhões de euros para a ESA

O resultado do Conselho de Ministros da ESA foi surpreendentemente excelente, tendo sido aprovado o aumento do orçamento para 10 mil milhões de euros.

Entre os pontos mais importantes que foram aprovados conta-se a evolução do Ariane 5 e um programa de preparação de futuros lançadores, uma nova iniciativa de alterações climáticas "Climate Change Initiative" relativa à provisão de variáveis climáticas essenciais, novos estudos de definição relativamente à evolução de um veículo de transferência retornável, o sistema Iris, um satélite de gestão de tráfego aéreo e o início do programa "Space Situational Awareness" que fornecerá as informações necessárias para ajudar a proteger os sistemas espaciais europeus contra resíduos espaciais e a influência de clima espacial adverso.

quarta-feira, novembro 26, 2008

Coimbra no feminino

Duas escritas no feminino que estão entre os blogues de Coimbra que vou seguindo com regularidade são o Coisas Poucas e o Socialarte. O primeiro é escrito pela Isabel, a mesma do velhinho Aba de Heisenberg, e é preenchido por uma escrita interventiva e crítica que não alinha em manadas. Por vezes o estado das coisas é tal que leio a Isabel só para não me sentir um extra-terrestre. O segundo é da autoria da Carla Gonçalves e é um blogue onde mesmo as etiquetas são interessantes. No blogue da Carla andamos mais no domínio do espaço sideral, fazendo parte das minhas leituras quando dou ordens aos meus pés para não tocar na crosta terrestre.

terça-feira, novembro 25, 2008

De Cartão de Sócio no Conselho da ESA

Teve hoje início o Conselho de Ministros da Agência Espacial Europeia que deverá decidir qual será o orçamento para os próximos anos. Temo muito que a actual crise financeira contribua para que o orçamento da ESA continue a encolher, até porque esta seria uma má resposta à crise. A Europa é hoje líder em vários sectores da tecnologia espacial, temos a melhor rede de observatórios terrestres e espaciais, do rádio aos raios gama, temos o melhor veículo de lançamento de satélites, o foguetão Ariane, e em breve o melhor sistema de posicionamento global será europeu, o sistema Galileu. Apesar do PIB dos EUA não diferir muito do PIB da Europa, actualmente a NASA tem um orçamento cinco vezes superior ao da ESA. A Europa arrisca-se assim a perder liderança nas áreas mencionadas e isso não deixará de ter impacto na nossa economia. Apostar na expansão da ESA garantiria essa liderança e abriria a porta a áreas como as missões tripuladas, sector em que temos andado sistematicamente à boleia de russos e de americanos, numa altura em que até a China já tem as suas próprias missões. Apostar mais no espaço é também uma forma eficaz de combater a crise, dado que este é um domínio que gera sub-produtos de alta tecnologia que estimulam a indústria dos países que os inventam e cujos lucros frequentemente ultrapassam em muito os custos de investigação e desenvolvimento, gerando riqueza e emprego.

Levamos o Cartão de Sócio
O nosso Ministro leva o cartão de sócio da ESA para o Conselho e é só por isso que o deixam participar. Portugal paga uma quota anual de cerca de 10 milhões de euros para pertencer à ESA e a única maneira de reaver esta soma é participando em projectos e missões da Agência. Escusado será dizer que o retorno das verbas da ESA para o nosso país é um dos mais baixos entre os países membros. Até 2005 existia um Programa Dinamizador das Ciências e Tecnologias para o Espaço que servia para garantir o co-financiamento de instituições nacionais caso um dos seus projectos fosse aprovado pela ESA. Sublinho que este é um tipo de garantia importantíssima para participar em consórcios europeus que propõem missões à ESA. A partir de 2006, ao contrário da esmagadora maioria dos países da ESA, os investigadores portugueses só poderão contar com os seus orçamentos correntes, não existindo qualquer esforço nacional a nível institucional para combatermos o nosso défice no retorno da verba que pagamos à ESA. Passamos por vergonhas grandes em reuniões de consórcios da ESA onde apenas podemos garantir uma contribuição em função dos trocos que ainda nos restam em caixa...

domingo, novembro 23, 2008

O Homem-Betoneira

(Publicado no Cinco Dias)
Referi aqui na passada semana a fúria da câmara da Figueira da Foz, cujo presidente Duarte Silva foi constituído arguido no processo do Vale do Galante, para tentar passar a revisão de um plano de urbanização que é mais um atentado ao ordenamento do território. Um dos principais beneficiados das políticas de urbanização do executivo de Duarte Silva tem sido o empresário Aprígio Santos, proprietário da empresa de construção civil Imoholding e presidente do Naval 1° de Maio. Estão a ver o filme não estão? Agora vejam este. Não, não é o Ezequiel Valadas do Gato Fedorento, aqui a personagem é real.

sexta-feira, novembro 21, 2008

Todos querem o Euro

(Publicado no Cinco Dias)
Neste interessante artigo publicado no Financial Times é realçado o euro-entusiasmo emergente fora da zona euro após o desespero gerado pela actual crise financeira. Na Polónia, o mais atlantista dos países europeus, o euro é agora considerado como uma forma de protecção contra a crise financeira, cerca de 70% dos islandeses desejam a adesão ao euro, em recente sondagem realizada na Suécia 47% dos cidadãos declararam-se favoráveis à moeda única contra os 42% do SIM no último referendo e na Dinamarca pela primeira vez a maioria da população deseja o euro. Neste país discute-se já a organização de um referendo após um ataque especulativo sofrido pela coroa dinamarquesa em Outubro que obrigou o banco central a aumentar as taxas de juro de 5 para 5,5% (1,75% acima do valor da eurozona) para evitar futuros ataques.

Europeísta
O Filipe Moura apresentou-me como sendo europeísta. No entanto convém esclarecer que sou europeísta, não porque considere que exista algo especial ou transcendental no continente europeu, mas sim porque considero que a soma da Europa unida é bem superior à soma das paroquiazinhas separadas. Poderia do mesmo modo ser africanista, bolivarista ou oceanista, desde que os mesmos princípios fossem implementados nas respectivas zonas do planeta. Dito isto, estive desde a primeira hora entre aqueles que à esquerda consideraram o euro como um instrumento que iria contribuir para unir mais a Europa e tornar a União bem mais imune a ataques especulativos, como os que ajudaram a destruir as economias de alguns dos "tigres" asiáticos nos anos 90. Apesar de ainda muitas coisas poderem correr mal, o mínimo que se pode dizer é que o euro cumpriu na perfeição a função para a qual foi criado e, permitam-me a ousadia, acho mesmo que nas últimas semanas acabou de se pagar. Façam uma estimativa dos custos adicionais que a crise provocou fora da Eurozona e apliquem-nos aos 15 países onde circula o euro e chegarão certamente a um valor bem superior aos custos da sua implementação.

quinta-feira, novembro 20, 2008

Betoneira da Foz

A betonização da Figueira da Foz prossegue o seu curso, parece que não há limites para destruir, isto é tanto mais grave quanto estas iniciativas partem de um executivo em sérios problemas com a justiça, relembro que o actual presidente Duarte Silva foi constituído arguido no processo do Vale do Galante.
Da parte do meu caríssimo amigo João Vaz recebi a lista de atentados que se preparam no âmbito da revisão do plano de urbanização que será concluído dia 24:

- Projecta-se uma redução das áreas verdes e aumento do edificado, apesar do actual excesso de habitação (em 2001 estimavam-se cerca de 12.000 fogos sem residentes permanentes só nas seguintes freguesias: São Julião, Tavarede, Gala, Vila Verde e São Pedro;

- Planeia-se construção em altura, em geral para a cidade com o extremo de (até) 18 pisos se for um Hotel de 4/5 estrelas em qualquer ponto das freguesias envolvidas;

- Urbanização do campo de treinos municipal (usado pela Naval) para dar lugar a habitação e comércio com 6 pisos numa zona rodeada de escolas e equipamentos desportivos;

- A área projectada para o Parque Urbano irá diminuir em 25% - sendo esta percentagem afecta à construção;

- Projecta-se uma grande urbanização a menos de 300 metros da praia com prédios até 7 pisos na zona da Gala confinante com o Parque de Campismo da Orbitur, destoando da paisagem envolvente e correndo-se o risco da criação de mais um Foz Village (Bairro Fantasma...);

- Projecta-se construção junto à duna, em frente ao campo de futebol na Cova (Gala) a menos de 100 metros do mar apesar de um parecer negativo emitido pelo INAG;

- Avança-se com a possibilidade de edificar o espaço do antigo terminal rodoviário com construção em altura, até 18 metros;

- Não há estudos sobre a mobilidade, a carta de ruído foi mal executada (opinião da CCDR plasmada num documento disponível na Internet - ver endereço abaixo) e o parecer ambiental é muito pobre e baseia-se em dados errados.

terça-feira, novembro 18, 2008

Put your hands up for Detroit!

As três marcas de Detroit (GM, Ford e Chrysler) estão neste momento no Congresso Americano a tentar obter 25 mil milhões de dólares de ajuda dos 700 mil milhões de dólares do programa de salvação das instituições financeiras (Troubled Asset Relief Program) aprovado em Outubro.
É a segunda vaga da crise a atingir empresas que dependem de crédito directo e do crédito ao consumo dos seus clientes. A crise de Detroit não é brincadeira nenhuma, sem esta ajuda calcula-se em cerca de dois milhões e meio o número de empregos em risco se a produção das três empresas fosse reduzida para metade - a solução equacionada para evitar falências.

Repete-se a história, agora na indústria automóvel, perante a ameaça de falência de empresas-chave a mão invisível passa a ser um conceito apenas útil à retórica de crentes, enquanto no terreno é à mão socialista que calha o trabalho sujo. Além do mais, convém neste caso evitar a vergonha que seria a invasão das estradas americanas por viaturas europeias, após décadas do proteccionismo agressivo praticado no mercado automóvel americano.


segunda-feira, novembro 17, 2008

Miguel Portas em Coimbra sobre a crise

Hoje, segunda-feira, dia 17 de Novembro, na FEUC o meu caríssimo amigo Miguel Portas apresentará "A crise económica e financeira: causas e prioridades”", pelas 15 horas no auditório da FEUC. O debate será moderado por Vítor Neves, Professor da FEUC e Investigador do CES.

sexta-feira, novembro 14, 2008

A primeira fotografia de um exoplaneta


(foto do sítio da ESA)

A foto acima mostra a primeira observação directa de um exoplaneta obtida pelo Telescópio Espacial Hubble. Até hoje, mais de 200 exoplanetas foram descobertos através de medidas indirectas recorrendo à variação da órbita e à variação do brilho das estrelas mais próximas dos planetas.

quinta-feira, novembro 13, 2008

É desesperante ser adorado por idiotas

"É desesperante ser adorado por idiotas" é a minha tradução do título do filme "C'est dur d'être aimé par des cons" de Daniel Leconte que ainda não estreou entre nós. Este filme conta o processo que envolveu o jornal francês Charlie Hebdo após a publicação de algumas das caricaturas de Maomé e de uma edição em que era representada na capa a figura de Maomé em desespero com os protestos dos integristas contra a publicação das mesmas caricaturas. O processo contra o Charlie Hebdo foi da iniciativa das elites religiosas muçulmanas, mais preocupadas em dar um peso muito maior a figurinhas de Maomé do que aos problemas sociais, sobretudo desemprego e guetização, que grassam nas diversas comunidades muçulmanas francesas.
"É desesperante ser adorado por idiotas" é uma expressão colocada na boca de Maomé, mas é na verdade uma expressão muito mais universal, poderia ser utilizada com o mesmo significado se substituíssemos Maomé por Cristo ou David quando pensamos nos cristãos evangélicos americanos, na Opus Dei ou nos judeus ortodoxos. Durante o processo, Philippe Val, o editor do jornal, não se cansou de fazer passar esta ideia e a presença de autoridades católicas ao lado das elites religiosas muçulmanas durante o processo só a veio reforçar.
Apesar da liberdade de expressão ter saído vitoriosa deste processo, este documentário mostra como este valor é frágil e está sujeito a ataques poderosos e violentos de grupos de pressão com pretensões muito próximas do totalitarismo.

Um filme dentro do filme
Vi este filme em Bruxelas no dia da sua estreia, numa sala onde um grupo de quatro jovens muito bem vestidos, certamente vindos directamente de uma mesquita sofisticada, tentaram realizar um número muito mal ensaiado contra a projecção do filme. Após alguns berros dos espectadores presentes na sala, acabaram por sair, não dispensado um sonoro estrondo ao fechar a porta da sala. Vive la liberté!

terça-feira, novembro 11, 2008

Bernard-Henri Lévy: um Kennedy negro

Na véspera das eleições Bernard-Henri Lévy tece rasgados elogios à candidatura de Barak Obama, vale a pena ouvir.



segunda-feira, novembro 10, 2008

Björk sobre o descalabro da Islândia

No The Times a cantora Björk desabafa sobre a crise financeira e sobre as pobres ideias para sair do buraco financeiro propostas pelos mesmo políticos que afundaram o país. O genial plano de salvação nacional propõe a transformação do país numa gigantesca metalurgia em regime de "monocultura" de produção de alumínio. Björk teme o pior pela paisagem, pelo ambiente e pela economia do país, caso haja uma crise no mercado do alummínio (déjà vu).

domingo, novembro 09, 2008

Yes!

A não perder a edição da Courrier International desta semana que inclui um dossier especial sobre a vitória de Obama com as reacções registadas na imprensa de todo o mundo.

sábado, novembro 08, 2008

General Motors vende Hummer

A minha crónica deste fim-de-semana no portal Esquerda.net:

Depois de uma quebra de vendas de 47% desde 2007 e cansada da imagem negativa difundida por um dos veículos automóveis mais gastadores do parque automóvel americano, a marca Hummer foi posta à venda pela direcção da General Motors. Até ao momento, apenas a marca indiana Mahindra & Mahindra mostrou interesse público pela compra da Hummer.

O Hummer é a versão civil de um todo-o-terreno militar designado Humvee (High Mobility Multipurpose Wheeled Vehicle) concebido pela AM General para o exército americano. A marca Hummer foi lançada em 1992, através da comercialização do Hummer H1, que teve como primeiro cliente o actor Arnold Schwarzenegger. Na altura, o modelo adquirido por Schwarzenegger pesava cerca de três toneladas e estava equipado com um motor de 6500 cm3 V8 turbodiesel cujo consumo era de 22 litros aos 100 km. Este valor violava as leis que regulavam o consumo de combustível nos EUA em 1992. Mais tarde, durante o seu mandato de governador do Estado da Califórnia, Schwarzenegger implementou importantes medidas ambientais, acabando por converter um dos seus Hummer ao consumo de hidrogénio.

Em 2003 foi lançado o modelo Hummer H2, equipado com um motor de 6000 cm3 e um reservatório de 121 litros para um consumo de 19,5 litros aos 100 km. A última série da Hummer, a H3, começou a ser produzida em 2005 tendo sido equipada com motores mais modestos, sendo o mais económico o motor de 3700 cm3 cujo consumo é de 10,6 litros aos 100 km. Como termo de comparação interessa reter que os modelos mais vendidos na Europa, o VW Golf e o Ford Focus, são equipados com motores cuja capacidade oscila entre os 1400 e os 2000 cm3 e cujos consumos vão dos 7 aos 11 litros aos 100 km.

quinta-feira, novembro 06, 2008

Graça Moura e o secretário de Estado da Defesa Merrywhistler

O texto a seguir foi publicado por Vasco Graça Moura na edição do Diário de Notícias de 19 de Fevereiro de 2003 e está disponível neste sítio do autor. Leiam-no até à parte do secretário de Estado da Defesa John K. Merrywhistler. Eu prefiro não comentar, tirem as vossas próprias conclusões… São textos como este que fazem da vitória de Obama uma vitória tão deliciosa (publicado no Cinco Dias).


Europa, 17 de Fevereiro de 2033

Paris. O presidente Moustapha Ahmed Ibn Dupont aprovou várias medidas de apoio à alta costura francesa para a promoção do chador no mundo. Os oculistas protestam e afirmam que os óculos é que dão mais valor às mulheres, quando elas só mostram os olhos. No Centre Pompidou abriu uma exposição pós-pós-moderna de sapatos acumulados à entrada de Notre-Dame. Um crítico de arte imprudente que falou de souliers de Satan foi defenestrado por blasfémia do alto de um minarete em Montparnasse. Só depois se verificou tratar-se de uma gralha tipográfica. O revisor responsável foi lapidado.

Berlim. O chanceler Abdul Klaus von Rundfunk interditou a Nona Sinfonia de Beethoven em audições públicas ou privadas. A simples detenção de partituras ou discos implicará o corte das orelhas dos prevaricadores. Vai ser intensificada a investigação sobre tecnologia dos altos fornos. Altos responsáveis desmentem quaisquer preocupações étnicas na matéria.

Bruxelas. O rei Babadur-al-Alrun de Hohenlohe convocou o primeiro-ministro Abu-Akhbar Desfôrets e o ministro francófono Hassan Ibn Cocasse com vista à preparação de mais uma acção de sensibilização da opinião pública contra a separação entre a religião e o estado, uma vez que ou o estado se conforma com os preceitos da religião e é dispensável, ou diverge deles e é nefasto. O aiatola Eustache Ibn Gamal, reitor da Universidade Aladdin de Lovaina, falou do “eixo do mel” na abertura do seminário internacional sobre o papel da apicultura intensiva na redução do choque das civilizações. Confirma-se o achado de documentação relativa à extinta União Europeia num bunker da Rue de la Loi: foi nomeada uma comissão de expurgo, presidida pelo ministro flamengo Mohamed van der Roeckwaerts.

Vaticano. O papa Omar I relatou pormenorizadamente ao colégio dos cardeais a sua última peregrinação a Meca, explicando as razões atendíveis por que não foi autorizado a entrar no santuário. Foi aprovada a substituição do tratamento de “Sua Santidade” pelo de “Sua Obediência” e a exportação de vacinas de água-benta para os territórios em que ainda se detecte a presença do vírus da varíola, em consequência da última jihad de libertação da Europa, ocorrida há 30 anos. O consistório, como prova de boa vontade e tolerância, mandou revestir os frescos da Capela Sixtina com azulejos sobrantes da casa de banho de um dos palácios de Saddam Hussein.

Córdova. O rei Tarik II incumbiu o conde Julian Al-Barabi de Mora y Moro das obras de construção da nova e esplendorosa capital da Ibéria. O mulá Osama Extchgandiarra manifestou a sua preferência por Bilbao para sede do califado.

Lisboa. O ministro da educação, Sheik Al-Nefzaouí da Silva Pimentel, declarou não valer a pena mandar queimar Os Lusíadas pelo seu teor anti-islâmico, uma vez que a obra está fora do mercado e completamente esquecida. Mantém-se todavia a sanção do arrancamento dos olhos para quem os ler. Yassib Neca, presidente do F. C. da Merdaleja, denunciou como “cão infiel” o Dr. Samir Getúlio, presidente da Liga de Clubes. O Dr. Samir recolheu ao Aljube. Depois da remoção das vinhas, o vale do Douro vai passar a produzir sémola em socalcos, com vista à exportação de cuscus. Figuras da meiga esquerda lusitana foram condecoradas a título póstumo com a Ordem do Crescente Suave, por serviços prestados à causa de Bagdad.

Washington. O secretário de Estado da Defesa, John K. Merrywhistler, resumiu em quatro palavras a posição do seu país quanto à presente situação da Europa: “Let them fuck themselves”.

Vasco Graça Moura

quarta-feira, novembro 05, 2008

I Have a Dream


Washington DC, EUA (Outubro de 2002)

Quando fotografei estes putos cheios de energia, ali nas escadas do Lincoln Memorial, no mesmo local de onde Martin Luther King proferiu a 28 de Agosto de 1963 o seu famoso discurso "I Have a Dream" estava longe de imaginar que seis anos mais tarde os EUA se aproximassem vertiginosamente do sonho de Luther King. Ainda há muitas arestas a limar, mas o resultado das eleições de ontem foi uma página que se virou na América. Nunca mais as coisas serão como eram. Podemos agora passar a outros assuntos mais importantes.

segunda-feira, novembro 03, 2008

Sinais dos tempos: Hummer à venda

Depois de uma quebra nas vendas de cerca de 47% desde 2007 e cansados da imagem negativa que transmite o veículo mais gastador do parque automóvel americano, a marca Hummer foi finalmente colocada à venda pela General Motors. Até agora apenas a marca indiana Mahindra & Mahindra mostrou interesse público pela compra da Hummer.

Não é nacionalização, é compra!

"Não é nacionalização, é compra de um banco pelo Estado". Disse o porta-voz do PSD sobre a nacionalização do BPN. É "compra", é... É duro engolir sapos, isso é que é. A radicalização recente do PSD em direcção à ideologia do Estado Mínimo é a responsável por este niilismo trapalhão. Há pessoas que deveriam tirar algumas conclusões muito sérias sobre o que andaram a escrever nos últimos anos sobre as maravilhas do mercado, mas andam a esquivar-se...

sábado, novembro 01, 2008

Passagens sobre o casino ENRON

Passagens do livro “The smartest guys in the room” (publicado no Cinco Dias):

market participants could see prices on a screen (…) “It was free, it was easy, and it was addictive”, says a former ENRON executive” pag. 221.

Because market rewarded every new move they made, ENRON’s employees started to think they couldn’t make mistakes. One top executive says, “We got to the point where we thought we were bulletproof“. pag. 230

On August 23, 2000, ENRON’s stock closed at $90 - its all-time high (…) When people asked Skilling about the chances of the stock tumbling, he had a ready answer: “I can’t worry about comets hitting the building” pag. 244

Vince Kaminski, ENRON’s probability guru, used to warn Skilling that he shouldn’t have earnings expectations when it came to the trading business; in any given year, profits were as likely to go down as to go up. Skilling would respond that people always told him that, but the traders had always come through. And he assumed they’d keep coming through. So every year, trading was handed a budget that was substantially higher than the year before.” pag. 228.