quinta-feira, julho 14, 2005

Livros que passaram à categoria de treta

Numa altura em que as principais revistas científicas, como a Science ou a Nature, publicavam artigos dando conta da relação entre a actividade humana e o aquecimento global, Bjørn Lomborg - que nunca publicou em nenhuma dessas revistas - publicava "O Ambientalista Céptico", uma obra de divulgação crítica da tese do aquecimento global provocado pelo homem. O livro serviu de conforto para muita gente, apesar de o Comité Dinamarquês de Ética na Investigação ter considerado a obra de Lomborg desonesta do ponto de vista científico ou de o editor da Scientific American ter escrito o seguinte sobre o livro: "O pensamento crítico e os dados objectivos são as pedras basilares de toda a boa ciência. [...] O livro 'The Skeptical Environmentalist', por Bjørn Lomborg, um estatístico e cientista político da Universidade de Aarhus na Dinamarca, deveria constituir por isso uma análise crítica bem vinda. Mas infelizmente não o é.". Neste sítio da Scientific American podemos encontrar alguns detalhes sobre alguns dos muitos erros cometidos por Bjørn Lomborg. Também as revistas Science e Nature publicaram artigos que denunciaram os numerosos erros de Lomborg.
Outro livro da treta que nega a influência da actividade humana no aquecimento global é "A Obsessão Antiamericana" de Jean-François Revel. Este é mesmo um livro da treta, pois ao contrário de Lomborg, Revel nem sequer se deu ao trabalho de fazer contas. Consultou a literatura que lhe convinha, independentemente de ter solidez científica ou não, e destilou o seu conhecido ódio antieuropeísta. A Europa, o aquecimento global e o Protocolo de Quioto, todos levaram por tabela. Algumas passagens do livro de Revel possuem mesmo requintes da melhor metodologia astrológica, por exemplo Revel acha que o aquecimento global não existe, mas depois mais à frente refere que seria demasiado caro travá-lo, portanto pelos vistos já existe, se é quantificável...

Apenas a polarização causada pelo conflito do Iraque entre apoiantes de Bush, que rejeita o Protocolo de Quioto, e os contestatários da intervenção explica o sucesso destas fraudes científicas publicadas em 2002 e 2003. Este documento emitido pelas academias das ciências dos países do G8 juntamente com as suas congéneres do Brasil, da China e da Índia são o tiro final na treta de Revel e de Lomborg.

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