segunda-feira, julho 18, 2005

Ainda sobre o G8 e as alterações climáticas

Sete dos oito países participantes no G8 de Gleneagles fazem parte do grupo dos 10 maiores emissores de gases de efeito de estufa, a excepção é a França que aposta forte no seu programa de produção de energia nuclear, com todos os riscos e desvantagens que esta opção comporta. No total, estes oito países são responsáveis por mais de 47 % das emissões de gases de efeito de estufa de todo o planeta. Os EUA são o maior poluidor do mundo em valor absoluto – o maior emissor de gases poluentes per capita é a Austrália – emitindo mais 5500 milhões de toneladas de CO2 por ano, representando este valor cerca de 25% do total das emissões poluentes do planeta.
Ao contrário dos restantes países do G8, os EUA ainda não ratificaram o Protocolo de Quioto. Esta situação deve-se em grande parte à influência que têm sobre a Administração Bush a companhia petrolífera Exxon e o grupo de pressão anti-Quioto Global Climate Coalition liderado por um representante da indústria americana, Glenn Kelly. Por muita cosmética política que se faça às conclusões do G8, enquanto este problema não for resolvido com os EUA, o G8 do ponto vista ambiental será sempre um fracasso. Estamos a comprometer gravemente o futuro e a correr um sério risco de deixar uma herança de desastres ambientais de consequências apocalípticas que as armas utilizadas até hoje pelo homem ainda não foram capazes de simular.

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