domingo, março 07, 2010

Cryosat

(Publicado no portal Esquerda.net)
A Agência Espacial Europeia está prestes a lançar um novo satélite, o Cryosat 2, cuja missão é determinar com precisão a espessura do gelo que flutua nos oceanos polares e a espessura da massa de gelo que cobre a Antárctida e a Gronelândia. O seu lançamento estava previsto para o passado dia 25 de Fevereiro do cosmódromo de Baikonur no Cazaquistão, tendo sido adiado após a detecção de um problema num dos motores do segundo andar do lançador Dnepr. Não se pense que este foi o maior contratempo com que se deparou esta missão, visto que Cryosat-2 vem substituir o Cryosat, a primeira versão deste satélite que se despenhou em 2005 quando falhou o processo de separação entre o segundo e o terceiro andar do lançador Rockot - uma evolução do míssil SS-19.

O Cryosat foi equipado com um radar de microondas que detecta a alteração da espessura do gelo oceânico, tipicamente de alguns metros, e da espessura da massa de gelo terrestres, que pode atingir cinco quilómetros na Antárctida. O radar pode detectar alterações na espessura destas massas de gelo com uma resolução de um centímetro, bem como os diferentes tipos de gelo que compõem as massas glaciares. Até hoje, as calotes de gelo polar tinham sido estudadas sobretudo em função da sua área, através das observações efectuadas pelo satélite Envisat. Foi deste modo que se detectaram os recentes mínimos de cobertura de gelo do Árctico e a redução da sua extensão média de 2,7% por década.

Dado que a diminuição de massa de gelo polar é citada na literatura científica como uma das consequências do aquecimento global e dado que o degelo dos pólos tem influência directa na subida do nível de água do mar e na diminuição da radiação reflectida para o espaço, para perceber melhor as alterações do clima será fundamental saber quais as características, a evolução sazonal e a evolução a longo prazo da espessura do gelo polar.

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