terça-feira, dezembro 19, 2006

Dona Carolina

"Carlos Magno, na Antena Um, chamou-lhe dona Carolina. (...) Como não se chama dona à vereadora do PP nem à irmã, que são as únicas senhoras que me vêm à cabeça a esta hora dominical, a distinção da forma de tratamento deve querer dizer alguma coisa. Eles explicam logo a seguir. A mulher, esta mulher, era uma alternadeira." Luís na Natureza do Mal.

Nem mais Luís!


Um país kitsch e javardo
Este episódio Carolina, para além da questão judicial, vem revelar aquela faceta kitsch do nosso país sem a qual já não conseguimos viver. As revistolas e os jornalecos javardos forram as capas com a cara da Carolina, os jornais da TVI e da SIC passam em intermitência um bonequinho no canto do écran, durante uma hora, uma hora e meia, anunciam agora é que é, agora é que vem aí a reportagem da Carolina. Nos cafés, nos bares aprecio as caras dos homens, a excitação cresce, o fantasma da mulher que sai do bordel para se unir a um cliente, funciona como pólvora num país que vive a sexualidade entre o pudor religioso e a javardice marialvista. Agora é Carolina, há 6 meses atrás, foi Merche Romero, páginas e páginas de javardice, fotos de paparazzis de esgoto, da objectiva que aponta para o meio das pernas que se alongam na espreguiçadeira produz-se uma capa da revista de programação televisiva que se arruma lá em casa ao lado da santinha de fátima. De Merche a Carolina até à próxima excitação, a sexualidade destes homens segue para bingo, entre o puritanismo da eucaristia dominical e a beira de estrada, de preferência sem preservativo!

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