domingo, junho 18, 2006

Sobre a bandeirite aguda, um exemplo americano

Acho espantoso os rios de tinta que se gastam a escrever sobre o assunto das bandeiras à janela, cuja importância me parece quase irrelevante, dada a banalidade do mesmo fenómeno nos restantes países da Europa e do Mundo. Mas enfim, os jornais portugueses gostam de pagar a colunistas que repetem o que 30 mil outros colunistas já escreveram. Não tarda muito, assim que acabar o campeonato do mundo, começará nos jornais a praga dos artigos intitulados "silly season".

Sobre o assunto das bandeiras deixo-vos uma passagem curiosa do último livro de Bernard-Henry Lévy que foi escrito ao longo de um interessante périplo pelos EUA:

" [le drapeau] l'objet qui est là chaque fois que paraît le Président américain. C'est le drapeau chéri, presque un être vivant, dont je lis, dans la documentation fournie par l'Atlantic, que l'usage est soumi à des règles, que dis-je? une étiquette d'une précision extrême - ne pas salir, ne pas singer, ne pas tatouer sur le corps, ne jamais laisser tomber à terre ni suspendre à l'envers, ne pas insulter, ne pas brûler ou, s'il est trop vieux, hors usage, et n'est plus en état de flotter, le brûler au contraire, ne pas jeter, ne pas chiffoner, mieux vaut encore le brûler, oui, que l'abandonner dans une décharge."

"American Vertigo", Bernard-Henry Lévy, pag. 39, Grasset, 2006.

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