sexta-feira, novembro 14, 2003

Portugal Único 3: até Coimbra pelo bilhar grande

Há alguns anos recebi a visita em Portugal de um casal de amigos alemães. Vieram de automóvel e entraram em Portugal por Vilar Formoso. Ao recebê-los em Coimbra disseram-me que tinha razão quando os tinha prevenido que as estradas portuguesas eram muito más. Eu respondi: "pois, essa estrada, a IP5, é uma estrada muito perigosa.". Eles continuaram, descrevendo-me que mal atravessaram a fronteira apanharam uma estrada horrível cheia de curvas apertadas e cotovelos, mas que apesar de tudo a vista até era bonita. Curvas apertadas e cotovelos pareceu-me uma descrição exagerada da IP5. E perguntei: "Mas essa estrada não tinha uns troços em que havia duas faixas em cada sentido?". Eles disseram-me que não. Percebi então que tinham vindo até Coimbra pela Estrada da Beira... Eles continuaram, explicando-me que mal passaram a fronteira havia uma indicação para sair da IP5 e seguir para Coimbra pela Estrada da Beira. Fiquei meio incrédulo, mas depois quando passei por lá verifiquei que era verdade. Até hoje nada mudou. Aqui está uma foto tirada este ano que o prova:



O que aconteceu a este casal alemão acontece diariamente aos estrangeiros que vêm para Coimbra e têm o azar de entrar no nosso país pela fronteira de Vilar Formoso
Se estas indicações estivessem bem feitas Coimbra seria indicada em frente pela IP5, pois é sem dúvida o percurso mais rápido ou então seria indicada nas duas direcções: pelo itinerário principal e pela estrada nacional.

São este tipo de exemplos que dão uma imagem caótica de Portugal aos estrangeiros que nos visitam. A grande causa deste tipo de problemas é a total diluição de responsabilidades que existe a nível regional no nosso país. Esta placa prejudica principalmente quem se quer dirigir a Coimbra, logo Coimbra é a principal perdedora. Como está colocada noutro concelho, os responsáveis desse concelho não querem saber, nem o organismo responsável pela sinalização das estradas. A falta de uma administração regional eleita nas Beiras - e no resto de Portugal continental - faz com que ninguém com poder de decisão detecte e resolva este problema. Ninguém é culpado e todos perdem.

Salte até ao Portugal Único 2

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