terça-feira, julho 27, 2010

2010 poderá ser o ano mais quente registado

Dados do instituto americano National Oceanic and Atmospheric Administration mostram que o mês de Junho deste ano foi o Junho mais quente desde que se regista a temperatura média da Terra (temperatura combinada dos oceanos e dos continentes). O mesmo sucedeu com o mês de Maio, o mês de Abril e o mês de Março. Ou seja, Junho foi o quarto mês consecutivo que registou a temperatura da Terra mais alta de sempre. Junho foi também o 304º mês consecutivo cuja temperatura ultrapassou a média de temperaturas do século XX. A última vez que um mês apresentou uma temperatura média inferior à do século XX foi o mês de Fevereiro de 1985. Finalmente, se considerarmos as temperaturas médias de todos os primeiros semestres registados até hoje, o primeiro semestre de 2010 foi o mais quente de sempre. As zonas em que se registaram as temperaturas mais elevadas em relação à época foram a zona do Peru, do centro e do leste dos EUA e as extremidades leste e oeste da Ásia. Os Jogos Olímpicos de Inverno deste ano realizados em Vacouver no Canadá ocorreram quase sem neve, quase exclusivamente à custa de neve artificial. No entanto, temperaturas mais frias que o normal ocorreram no sul da China e Escandinávia e a Europa teve um Inverno entre os mais frios das últimas duas décadas.



Imagens de satélite realizadas desde 1979 mostram que a cobertura de gelo do Árctico correspondente a Junho deste ano foi a menos extensa jamais registada para um mês de Junho. No entanto, é apenas em Setembro que se regista o mínimo de cobertura de gelo do Árctico antes do início do Outono. A ilustrar a tendência deste ano para as altas temperaturas um dos maiores glaciares do Árctico, o Glaciar Jakobshavn Isbrae, perdeu 7 quilómetros quadrados – um pouco mais que a área de Gibraltar – durante uma noite, tendo sido um dos maiores desmembramentos de glaciares jamais registados em tão curto espaço de tempo.

Os 10 anos mais quentes de sempre ocorreram durante os últimos 15 anos. Um relatório científico de 2009, o Diagnóstico de Copenhaga, indica que o aquecimento global poderia estar a seguir a via dos piores cenários projectados para as próximas décadas. Infelizmente, as medidas de 2010 em conjunto com as medidas realizadas nas décadas precedentes parecem confirmar a tendência do Diagnóstico de Copenhaga.

Se dúvidas existiam, temos agora motivos mais fortes que nunca para implementar com urgência as políticas de combate ao aquecimento global antes que o aumento da temperatura global atinja os 2º C, estimado como o aumento de temperatura a partir do qual os nossos esforços para controlar o clima poderão perder efeito.

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