A minha crónica deste fim-de-semana no portal Esquerda.net:
Há 100 anos, mais precisamente a 30 de Junho de 1908 pelas 7h14min ocorreu uma gigantesca explosão na região da Tunguska, na Sibéria Central, que libertou energia equivalente à explosão de cerca de 1000 bombas atómicas com potência da bomba largada sobre Hiroshima. A explosão arrasou milhões de árvores numa área com 50 km de raio e os seus efeitos foram sentidos a milhares de quilómetros de distância. Por exemplo, em Londres à meia-noite desse dia era possível ler um jornal sem ajuda de luz artificial, tal foi o clarão que se propagou pelos céus da Ásia e da Europa do Norte.
O facto da explosão ter ocorrido numa das mais remotas regiões do mundo, explica que apenas em 1927 tenha sido organizada a primeira expedição científica para estudar o misterioso acontecimento da Tunguska, dirigida pelo mineralogista russo Leonid Kulik. Este registou as primeiras imagens da imensa região destruída pela explosão, mas não conseguiu localizar qualquer cratera que pudesse fornecer indícios sobre a natureza do acontecimento.
Desde então, o acontecimento da Tunguska foi estudado por algumas equipas de investigação, no entanto apenas recentemente surgiram indícios consistentes sobre a natureza do fenómeno que produziu a explosão de 1908, acabando com décadas de especulação em que foram avançadas hipóteses que oscilaram entre a ovniologia e a catastrófica aniquilação de uma pequena porção de anti-matéria na atmosfera. O grupo liderado pelo Prof. Giuseppe Longo da Universidade de Bolonha descobriu um pequeno lago, o Lago Cheko, no coração da imensa zona afectada pela explosão cujas características indicam uma formação recente e distinta dos restantes lagos da região. A profundidade do Lago Cheko aumenta abruptamente das margens para a zona central, contrastando com o perfil dos restantes lagos da região cujo fundo é relativamente plano em toda a sua extensão. A intensa reflexão acústica proveniente da zona central do lago registada pelos instrumentos da equipa de Bolonha e uma anomalia magnética medida na mesma zona permitem antever a existência de um objecto denso soterrado no centro do Lago Cheko.
O grupo de Giuseppe Longo realizou até hoje várias expedições cujos resultados podem ser consultados neste sítio. Actualmente, Longo está a preparar uma nova expedição que permita confirmar a existência de um objecto rochoso soterrado no fundo do lago, fundamentando a tese de a explosão ter sido produzida durante a entrada na atmosfera de um corpo rochoso com algumas dezenas de metros - muito provavelmente um asteróide - cujo acaso colocou a sua trajectória na rota do planeta Terra nessa manhã de Junho de 1908.
Há 100 anos, mais precisamente a 30 de Junho de 1908 pelas 7h14min ocorreu uma gigantesca explosão na região da Tunguska, na Sibéria Central, que libertou energia equivalente à explosão de cerca de 1000 bombas atómicas com potência da bomba largada sobre Hiroshima. A explosão arrasou milhões de árvores numa área com 50 km de raio e os seus efeitos foram sentidos a milhares de quilómetros de distância. Por exemplo, em Londres à meia-noite desse dia era possível ler um jornal sem ajuda de luz artificial, tal foi o clarão que se propagou pelos céus da Ásia e da Europa do Norte.
O facto da explosão ter ocorrido numa das mais remotas regiões do mundo, explica que apenas em 1927 tenha sido organizada a primeira expedição científica para estudar o misterioso acontecimento da Tunguska, dirigida pelo mineralogista russo Leonid Kulik. Este registou as primeiras imagens da imensa região destruída pela explosão, mas não conseguiu localizar qualquer cratera que pudesse fornecer indícios sobre a natureza do acontecimento.
Desde então, o acontecimento da Tunguska foi estudado por algumas equipas de investigação, no entanto apenas recentemente surgiram indícios consistentes sobre a natureza do fenómeno que produziu a explosão de 1908, acabando com décadas de especulação em que foram avançadas hipóteses que oscilaram entre a ovniologia e a catastrófica aniquilação de uma pequena porção de anti-matéria na atmosfera. O grupo liderado pelo Prof. Giuseppe Longo da Universidade de Bolonha descobriu um pequeno lago, o Lago Cheko, no coração da imensa zona afectada pela explosão cujas características indicam uma formação recente e distinta dos restantes lagos da região. A profundidade do Lago Cheko aumenta abruptamente das margens para a zona central, contrastando com o perfil dos restantes lagos da região cujo fundo é relativamente plano em toda a sua extensão. A intensa reflexão acústica proveniente da zona central do lago registada pelos instrumentos da equipa de Bolonha e uma anomalia magnética medida na mesma zona permitem antever a existência de um objecto denso soterrado no centro do Lago Cheko.
O grupo de Giuseppe Longo realizou até hoje várias expedições cujos resultados podem ser consultados neste sítio. Actualmente, Longo está a preparar uma nova expedição que permita confirmar a existência de um objecto rochoso soterrado no fundo do lago, fundamentando a tese de a explosão ter sido produzida durante a entrada na atmosfera de um corpo rochoso com algumas dezenas de metros - muito provavelmente um asteróide - cujo acaso colocou a sua trajectória na rota do planeta Terra nessa manhã de Junho de 1908.
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