A Klepsýdra agradece aos seus leitores três anos de visitas, de comentários, de reclamações, de irritações, de crítica, de aplausos e até de publicidade e de anúncios nas caixas de comentários. Estão à vontade para se servirem delas para encontrar o cão perdido, vender aquela máquina de lavar ferrugenta ou para anúncios coquins.
Klepsýdra Club House
06.00-06.30 - Monsieur Philippe Corti
05.30-06.00 - Oskar DJ
04.45-05.30 - Paul Van Dyk
03.00-04.45 - Plastikman (Richie Hawtin)
02.45-03.00 - Plastikman Warm Up - DJ Muxaxo
01.45-02.45 - Monika Kruse
00.45-01.45 - DJ Vibe
00.15-00.45 - Warm Up - Jack de Marseille
Abertura solene
00.00-00.15 - Discurso de Manoel de Oliveira, Mestre de Cerimónias das comemorações deste ano, intitulado: "Aos três anos já mergulhava de cabeça do tabuleiro superior da ponte D. Luís" .
Como o ano passado deixo-vos com uma faceta mais discreta deste vosso escriba: as noitadas. Para mim a dança é para aí o terceiro prazer da vida. A música electrónica está longe de ser o único tipo de música que me faz dançar, mas às horas a que a Klepsýdra faz anos não me resta alternativa.
Um abraço especial para os leitores da diáspora, de todos esses países onde se lê o que por aqui vai escorrendo na Klepsýdra:
2. Brazil 6636 6.4 %
3. Belgium 5392 5.2 %
4. United States 3807 3.7 %
5. France 1391 1.3 %
6. United Kingdom 1298 1.3 %
7. Germany 1296 1.3 %
8. Spain 1082 1.0 %
9. Switzerland 925 0.9 %
10. Italy 560 0.5 %
11. Netherlands, The 483 0.5 %
12. Luxembourg 401 0.4 %
13. Poland 312 0.3 %
14. Finland 287 0.3 %
15. Mozambique 248 0.2 %
16. Slovakia 153 0.1 %
sexta-feira, julho 21, 2006
quinta-feira, julho 20, 2006
Quadratura do Círculo: do melhor ao pior em 5 segundos
Cito de cor uma passagem do programa Quadratura do Círculo de ontem:
Jorge Coelho desabafava - Que saudades de Rabin!
Lobo Xavier - Eu diria antes, que saudades de Sharon! Foi ele que descolonizou a faixa de Gaza
Pacheco Pereira - Este [Ehud Olmert] também está a fazer um bom trabalho.
Lobo Xavier - Pois está!
Jorge Coelho não respondeu. Carlos Andrade devia estar distraído ou a contar os minutos e os segundos do alinhamento do programa, duvido que no seu estado normal deixasse passar este encadeamento bizarro de elogios que colocam no mesmo plano Rabin e indivíduos como Sharon ou Ehud Olmert.
---------------------------------------------------
***********************************
A Klepsýdra faz três anos dentro de algumas horas.
Vai haver bolachas com tulicreme e sumos Fruto Real com caricas do Homem-Aranha.
Jorge Coelho desabafava - Que saudades de Rabin!
Lobo Xavier - Eu diria antes, que saudades de Sharon! Foi ele que descolonizou a faixa de Gaza
Pacheco Pereira - Este [Ehud Olmert] também está a fazer um bom trabalho.
Lobo Xavier - Pois está!
Jorge Coelho não respondeu. Carlos Andrade devia estar distraído ou a contar os minutos e os segundos do alinhamento do programa, duvido que no seu estado normal deixasse passar este encadeamento bizarro de elogios que colocam no mesmo plano Rabin e indivíduos como Sharon ou Ehud Olmert.
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A Klepsýdra faz três anos dentro de algumas horas.
Vai haver bolachas com tulicreme e sumos Fruto Real com caricas do Homem-Aranha.
Israel a aumentar a popularidade do Hezbollah II
"Mesmo na zona da noite - que aqui não pára – dominada por jovens estilosos e raparigas de cabelo destapado e com roupa tão provocante como a de qualquer ocidental e no bairro cristão as bandeiras amarelas do grupo libanes [Hezbollah] dominam a paisagem. (...) Mas se um jovem laico e semi-ocidentalizado de uma cidade cosmopolita e multi-religiosa como Damasco tem neste momento como heróis os lideres do "Partido de Deus", imagine-se o que se passa em mais sombrias paragens."
Lido no Arrastão, escrito em Damasco pelo Daniel Oliveira
Lido no Arrastão, escrito em Damasco pelo Daniel Oliveira
terça-feira, julho 18, 2006
sobre Israel
Fico enjoado de ler tanta crónica repetida, sem nada de novo, sobre a situação em Israel e no Líbano. Aconselho a leitura deste texto do Luís Januário. Não concordo com tudo, especialmente a última frase, mas tem o mérito de ser um comentário muito interessante e escrito da sua própria cabeça.
Ver este cartoon (não é dinamarquês) sobre o mesmo assunto.
Ver este cartoon (não é dinamarquês) sobre o mesmo assunto.
segunda-feira, julho 17, 2006
The Road to Guantanamo
Não acredito na justificação para a viagem ao Afeganistão dada pelo grupo de britânicos de origem paquistanesa que fazem a história de "The Road to Guantanamo". A desculpa do casamento ainda escapa, mas o resto... poupem-me! Tenho em mim que a ideia inicial de Shafiq e companhia era no mínimo mandar uns pedregulhos contra uns blindados americanos que lhes aparecessem pela frente, mas a coisa correu muito mal. O Afeganistão é bastante diferente da sua Birmingham natal e rapidamente foram apanhados num turbilhão de refugiados e de combatentes que ultrapassava a sua compreensão. O seu desespero era tal que a sua captura pelo exército americano constituiu um efémero momento de alívio.
Mesmo que esta fosse a verdadeira justificação da sua viagem ao Afeganistão, isto nunca faria de Shafiq e companhia um grupo de terroristas e muito menos justificaria o tratamento animalesco que sofreram em Guantanamo.
Em Guantanamo tudo é chocante. E o mais chocante nem é essa tortura animalesca, humilhante, desproporcionadamente ridícula, sádica, vingativa, sobretudo vingativa, que despe homens da sua intimidade, expondo a sua mente e os seus corpos aos olhares de todos os presentes e às picadas dos escorpiões venenosos que por ali vagueavam. O sádico nome atribuído ao primeiro dos campos de prisioneiros designado X-Ray (já encerrado), era isso mesmo, era um raios X completo ao corpo e ao espírito. Um em cada seis detidos de Guantanamo sofre de graves problemas psicológicos. O mais chocante de Guantanamo é percebermos que a administração que governa hoje um país que foi um dos pioneiros da democracia como a conhecemos hoje, demonstrar, ali naquele lugar, que não acredita nessa mesmo democracia, que confunde vingança com justiça, que faz chacota do estado de direito. Em X-ray, Iguana, Camp Delta e Camp 4 a tortura é um modo de vida e não apenas quaisquer duas horas de pancadaria diária num gabinete escuro de um regime policial ou militar, ali a tortura é permanente, é a incerteza de saber se algum dia se será julgado, se algum se será condenado, , se algum dia será preciso cumprir uma pena de prisão, é aquilo a que Bernard-Henri Lévy chamou muito acertadamente de Incerteza Metódica. A inquietude permanente provocada pela ausência de horizontes aliada à frieza de uma tortura meticulosamente organizada é uma velha fórmula conhecida para matar por dentro aqueles que não se podem matar de formas mais convencionais.
Mesmo que esta fosse a verdadeira justificação da sua viagem ao Afeganistão, isto nunca faria de Shafiq e companhia um grupo de terroristas e muito menos justificaria o tratamento animalesco que sofreram em Guantanamo.
Em Guantanamo tudo é chocante. E o mais chocante nem é essa tortura animalesca, humilhante, desproporcionadamente ridícula, sádica, vingativa, sobretudo vingativa, que despe homens da sua intimidade, expondo a sua mente e os seus corpos aos olhares de todos os presentes e às picadas dos escorpiões venenosos que por ali vagueavam. O sádico nome atribuído ao primeiro dos campos de prisioneiros designado X-Ray (já encerrado), era isso mesmo, era um raios X completo ao corpo e ao espírito. Um em cada seis detidos de Guantanamo sofre de graves problemas psicológicos. O mais chocante de Guantanamo é percebermos que a administração que governa hoje um país que foi um dos pioneiros da democracia como a conhecemos hoje, demonstrar, ali naquele lugar, que não acredita nessa mesmo democracia, que confunde vingança com justiça, que faz chacota do estado de direito. Em X-ray, Iguana, Camp Delta e Camp 4 a tortura é um modo de vida e não apenas quaisquer duas horas de pancadaria diária num gabinete escuro de um regime policial ou militar, ali a tortura é permanente, é a incerteza de saber se algum dia se será julgado, se algum se será condenado, , se algum dia será preciso cumprir uma pena de prisão, é aquilo a que Bernard-Henri Lévy chamou muito acertadamente de Incerteza Metódica. A inquietude permanente provocada pela ausência de horizontes aliada à frieza de uma tortura meticulosamente organizada é uma velha fórmula conhecida para matar por dentro aqueles que não se podem matar de formas mais convencionais.
domingo, julho 16, 2006
Israel a aumentar a popularidade do Hezbollah
O resultado prático de maior impacto da resposta musculada de Israel em Beirute é o de aumentar imensamente a popularidade do Hezbollah, numa zona do Médio Oriente ainda relativamente moderada e aberta. Parece que já se esqueceram dos grandes sucessos eleitorais recentes dos partidos islâmicos em toda a região.
quinta-feira, julho 13, 2006
O Mito do "Grupo" de Scolari
Na minha opinião só faz sentido falar em grupo, quando as prestações do conjunto de jogadores são superiores à soma das prestações individuais de cada um desses jogadores. Um exemplo típico é a selecção da Grécia, campeã europeia pelas mãos de Otto Rehhagel. Com um conjunto de valores futebolísticos secundários a nível europeu (onde estão a jogar os campeões europeus do Euro2004?), Otto construiu uma equipa campeã.
A maior virtude apontada a Scolari é a capacidade de formar um grupo (já que a estratégia e a táctica enfim...). Eu discordo. Acho que o caso de Scolari é o contrário do caso de Rehhagel. Scolari durante o europeu tinha o melhor conjunto de individualidades e nas duas partidas contra a Grécia, a soma dessas individualidades foi inferior a uma equipa de pés quadrados. Acabado o Mundial, pareceu-me existirem apenas duas equipas mais bem recheadas de valores individuais que Portugal: a França e o Brasil. A Itália, a Argentina e a Inglaterra eram as equipas do nosso pelotão. De todos estas equipas apenas a Itália conseguiu fazer render a equipa para lá dos seus valores individuais, e é isso que eu entendo como um verdadeiro grupo. Outras selecções com conjuntos acima das suas individualidades foram a Austrália, a Alemanha e a Suiça (que não sofreu nenhum golo).
Se houveram treinadores nos últimos 20 anos que formaram verdadeiros grupos eles foram: José Maria Pedroto, Carlos Queiroz e José Mourinho. O trabalho de Carlos Queiroz nas camadas jovens foi brilhante, partindo literalmente do zero, Queiroz descobriu talentos dispersos pelo país, numa altura em que não existia qualquer tradição de trabalho no futebol juvenil e em que pouca atenção se dava à selecção. O grupo de Queiroz, campeão do mundo júnior por duas vezes, foi apelidado mundialmente como a Geração de Ouro.
Pedroto tirou o FC Porto de um jejum de vitórias de 20 anos e construiu um grupo que se viria a sagrar Campeão Europeu de clubes pelas mãos de Artur Jorge.
O trabalho de Mourinho ainda está fresco na memória dos portugueses, Mourinho construiu um grupo repescando Maniche à equipa B do Benfica, Nuno Valente e Derlei ao União de Leiria, Paulo Ferreira ao Setúbal, recuperando o capitão Jorge Costa - já não prestava para Octávio - colocando Baía de novo no topo do futebol mundial e aproveitando a qualidade já existente no plantel do Porto: Ricardo Carvalho, Deco, Costinha e McCarthy. As duas vitórias consecutivas em competições europeias foram o corolário de um excelente trabalho, bem estruturado e sistemático.
A mim parece-me evidente que o trabalho mais positivo de Scolari foi em larga medida surfar neste grupo que lhe foi oferecido por Mourinho. Digo surfar; apanhar a onda e não trabalhar ou desenvolver. Mas, curiosamente Scolari só começou a surfar neste grupo após a primeira derrota com a Grécia, acabando depois por seguir aquela que era a opinião de 95% dos comentadores de futebol. O verdadeiro grupo de Scolari, aquele que Scolari constituiu de mau resultado em mau resultado até essa primeira derrota com a Grécia, está imprimido nos números das camisolas da selecção, que ele atribuiu meticulosamente de 1 a 11 tal como tinha feito com a selecção brasileira campeã do mundo: 1- Ricardo; 2- Paulo Ferreira; 3- Rui Jorge; 4- Jorge Andrade; 5- Fernando Couto; 6- Costinha; 7-Figo; 8- Petit; 9- Pauleta; 10- Rui Costa; 11- Simão. Era este grupo de Scolari. Ricardo Carvalho era o 16, Miguel o 13, Nuno Valente o 14, Deco o 20, Cristiano o 17 e Maniche o 18. A vergonha da derrota no jogo inaugural fê-lo tomar a atitude mais inteligente que teve durante os 4 anos de seleccionador e mudou tudo, mudou para a estrutura de Mourinho à qual foram adicionadas as estrelas da companhia. No entanto aqueles números que vão do 13 ao 20 ficarão na história como um amargo sapo que Scolari teve que engolir e o fim do genuino grupo de Scolari.
A maior virtude apontada a Scolari é a capacidade de formar um grupo (já que a estratégia e a táctica enfim...). Eu discordo. Acho que o caso de Scolari é o contrário do caso de Rehhagel. Scolari durante o europeu tinha o melhor conjunto de individualidades e nas duas partidas contra a Grécia, a soma dessas individualidades foi inferior a uma equipa de pés quadrados. Acabado o Mundial, pareceu-me existirem apenas duas equipas mais bem recheadas de valores individuais que Portugal: a França e o Brasil. A Itália, a Argentina e a Inglaterra eram as equipas do nosso pelotão. De todos estas equipas apenas a Itália conseguiu fazer render a equipa para lá dos seus valores individuais, e é isso que eu entendo como um verdadeiro grupo. Outras selecções com conjuntos acima das suas individualidades foram a Austrália, a Alemanha e a Suiça (que não sofreu nenhum golo).
Se houveram treinadores nos últimos 20 anos que formaram verdadeiros grupos eles foram: José Maria Pedroto, Carlos Queiroz e José Mourinho. O trabalho de Carlos Queiroz nas camadas jovens foi brilhante, partindo literalmente do zero, Queiroz descobriu talentos dispersos pelo país, numa altura em que não existia qualquer tradição de trabalho no futebol juvenil e em que pouca atenção se dava à selecção. O grupo de Queiroz, campeão do mundo júnior por duas vezes, foi apelidado mundialmente como a Geração de Ouro.
Pedroto tirou o FC Porto de um jejum de vitórias de 20 anos e construiu um grupo que se viria a sagrar Campeão Europeu de clubes pelas mãos de Artur Jorge.
O trabalho de Mourinho ainda está fresco na memória dos portugueses, Mourinho construiu um grupo repescando Maniche à equipa B do Benfica, Nuno Valente e Derlei ao União de Leiria, Paulo Ferreira ao Setúbal, recuperando o capitão Jorge Costa - já não prestava para Octávio - colocando Baía de novo no topo do futebol mundial e aproveitando a qualidade já existente no plantel do Porto: Ricardo Carvalho, Deco, Costinha e McCarthy. As duas vitórias consecutivas em competições europeias foram o corolário de um excelente trabalho, bem estruturado e sistemático.
A mim parece-me evidente que o trabalho mais positivo de Scolari foi em larga medida surfar neste grupo que lhe foi oferecido por Mourinho. Digo surfar; apanhar a onda e não trabalhar ou desenvolver. Mas, curiosamente Scolari só começou a surfar neste grupo após a primeira derrota com a Grécia, acabando depois por seguir aquela que era a opinião de 95% dos comentadores de futebol. O verdadeiro grupo de Scolari, aquele que Scolari constituiu de mau resultado em mau resultado até essa primeira derrota com a Grécia, está imprimido nos números das camisolas da selecção, que ele atribuiu meticulosamente de 1 a 11 tal como tinha feito com a selecção brasileira campeã do mundo: 1- Ricardo; 2- Paulo Ferreira; 3- Rui Jorge; 4- Jorge Andrade; 5- Fernando Couto; 6- Costinha; 7-Figo; 8- Petit; 9- Pauleta; 10- Rui Costa; 11- Simão. Era este grupo de Scolari. Ricardo Carvalho era o 16, Miguel o 13, Nuno Valente o 14, Deco o 20, Cristiano o 17 e Maniche o 18. A vergonha da derrota no jogo inaugural fê-lo tomar a atitude mais inteligente que teve durante os 4 anos de seleccionador e mudou tudo, mudou para a estrutura de Mourinho à qual foram adicionadas as estrelas da companhia. No entanto aqueles números que vão do 13 ao 20 ficarão na história como um amargo sapo que Scolari teve que engolir e o fim do genuino grupo de Scolari.
segunda-feira, julho 10, 2006
Scolari: dar voz à reacção (caixa de comentários)
"Tens razão quando apontas alguns erros do Scolari. É óbvio que o treinador não é nenhum grande teórico da bola e aqueles que como eu acompanham seu desempenho desde os tempos do Palmeiras, sabem que as suas equipas tem sempre o mesmo estilo: Futebol feio, duro a roçar a violência, muita manha em campo e acima de tudo uma entrega quase total dos jogadores.
Mas sejamos claros: O homem é um vencedor e a sorte não pode explicar tudo. Por onde passa triunfa e se há quatro anos podemos atribuir à excelência dos jogadores brasileiros o título, o mesmo não pode ser feito com a actual selecção nacional.
Com qualquer outro treinador - à excepção de Mourinho - Portugal teria chegado quando muito às oitavas-de-final. Basta nos lembrarmos do que se passou há quatro anos, quando com uma equipa individualmente mais forte, a selecção naufragou.
Por mais que nos custe, a psicologia de almanaque de Filipão funciona. O homem consegue convencer até os pernas-de-pau que são grandes jogadores e que podem vencer. E os tipos superam-se.
Não gosto desta forma de encarar o futebol - sou um fã de Telê Santana! - mas rendo-me às evidências. No caso de um futebol mediocre como português não há alternativas.
Ou jogamos assim e ganhamos umas coisinhas, ou vamos para o tete-a-tete e levamos ensaboadelas como em 1986 ou 2002!"
Alexandre Monteiro
A reacção azul (ao que isto chegou...)
"Estou de acordo com algumas coisas... Mas outras estou em completo desacordo...
1º Não acredito que se possa ter tanta sorte... Alguma coisa há-de o Scolari saber...
2º O comentário apesar de ser lógico e objectivo não tem em conta em evolução do futebol... nos últimos anos.
3º Não vi a França e a Alemanha a fazerem melhor!!! A vitória da Alemanha contra Portugal foi devida à inspiração de um jogador..."
Homem das Neves
Mas sejamos claros: O homem é um vencedor e a sorte não pode explicar tudo. Por onde passa triunfa e se há quatro anos podemos atribuir à excelência dos jogadores brasileiros o título, o mesmo não pode ser feito com a actual selecção nacional.
Com qualquer outro treinador - à excepção de Mourinho - Portugal teria chegado quando muito às oitavas-de-final. Basta nos lembrarmos do que se passou há quatro anos, quando com uma equipa individualmente mais forte, a selecção naufragou.
Por mais que nos custe, a psicologia de almanaque de Filipão funciona. O homem consegue convencer até os pernas-de-pau que são grandes jogadores e que podem vencer. E os tipos superam-se.
Não gosto desta forma de encarar o futebol - sou um fã de Telê Santana! - mas rendo-me às evidências. No caso de um futebol mediocre como português não há alternativas.
Ou jogamos assim e ganhamos umas coisinhas, ou vamos para o tete-a-tete e levamos ensaboadelas como em 1986 ou 2002!"
Alexandre Monteiro
A reacção azul (ao que isto chegou...)
"Estou de acordo com algumas coisas... Mas outras estou em completo desacordo...
1º Não acredito que se possa ter tanta sorte... Alguma coisa há-de o Scolari saber...
2º O comentário apesar de ser lógico e objectivo não tem em conta em evolução do futebol... nos últimos anos.
3º Não vi a França e a Alemanha a fazerem melhor!!! A vitória da Alemanha contra Portugal foi devida à inspiração de um jogador..."
Homem das Neves
Scolari: 365 minutos sem marcar um golo até ao 4° lugar
Aviso à navegação antes de lerem o texto que se segue:
1- Não nutro qualquer simpatia por Pinto da Costa, qualquer comentário que me ligue a essa figura será pura e simplesmente ignorado;
2- Considero um 4° lugar num campeonato do mundo um resultado muito bom;
3- O futebol é um jogo, não é uma catástrofe natural, nem uma guerra, nem um despedimento colectivo, por isso aviso já que não respondo a comentários raivosos.
Joguei mais de uma dezena de anos basquetebol, tive grandes treinadores e também tive maus treinadores, por isso não é um trapalhão como Scolari que me vai deslumbrar.
Erros Básicos de Scolari
- Um treinador que não é capaz de formar uma equipa com os melhores jogadores, não deve ser treinador, deve fazer outra coisa qualquer.
- Fazer jogos de preparação apenas contra equipas modestas (Cabo Verde e Luxemburgo), não só é redundante como não permite qualquer treino táctico e estratégico para defrontar equipas do mesmo nível ou superior. Quem praticou desportos colectivos sabe perfeitamente que estes jogos são aproveitados para dar asas ao individualismo, para fazer aquela jogada de sonho, para se bater aquele record pessoal e a recompensa de motivação colectiva que proporcionam pode por vezes traduzir-se num perigoso excesso de confiança.
- A disciplina trabalha-se no início da época e não no decorrer da fase final de uma competição, quando existe já um clima de excitação. O mau comportamento na selecção já vem dos Jogos Olímpicos onde Cristiano já apresentara mau comportamento, onde Boa Morte e Hugo Viana foram expulsos, ficando a expulsão deste último a dever-se a Ricardo Costa. Como desde então nada foi feito para disciplinar estes jogadores, assim que começaram as primeiras provocações ao Cristiano, não houve capacidade para travar a onda de indisciplina.
- Não se deve divulgar a formação de uma equipa um dia antes da partida durante uma grande competição como um campeonato da Europa. Scolari fê-lo duas vezes, e as duas vezes saiu derrotado contra a Grécia. Isto não quer dizer que perdemos exclusivamente por esse motivo, quer dizer sim que a probabilidade de se perder um jogo aumenta quando se oferece a composição da equipa ao adversário.
Os números mais significativos deste Mundial
- 4° lugar.
- Balanço de golos: 7-5 em 7 jogos
Na péssima campanha de 2002 foi de 6-4 em 3 jogos. No Mundial de 1966 de 17-8 em 6 jogos. Reparem que a prestação da equipa de Scolari está muito próxima da desastrosa campanha de 2002 que durou apenas 3 jogos e está a léguas da brilhante campanha de 66. Aliás o vergonhoso Holanda-Portugal parecia tirado a papel químico do Coreia-Portugal: duas expulsões, muita indisciplina (um Figo com atitudes nunca vistas), bolas no ferro decisivas (a de Sérgio Conceição correu mal e a de Kuyt correu bem para nós) e o erro de esgotar as substituições tirando Pauleta ficando Portugal sem pontas-de-lança para um possível prolongamento.
- Portugal bateu o record de 365 minutos sem marcar golos (Maniche aos 23' contra a Holanda até Nuno Gomes aos 88') e de cerca de 250 minutos sem uma ocasião perigosa.
A análise destes números não resiste à conclusão de que o resultado foi muito melhor do que o trabalho desenvolvido. O futebol é um desporto que possui uma componente aleatória importante, essa incerteza contribui em muito para a sua beleza. O trabalho principal de um treinador é diminuir tanto quanto possível essa componente aleatória e controlar o máximo possível os outros aspectos do jogo. Estes números mostram claramente que Scolari andou a jogar à roleta russa com a selecção. A roleta foi-nos favorável até às meias-finais. Mas se é um jogador de roleta que se pretende para dirigir a selecção podemos ir buscar o treinador dos Dragões Sandinenses, na Taça de Portugal o homem tem tido mais sorte e não tem estrelas na equipa como o Figo ou o Cristiano.
Trapalhada Estratégica e Táctica
A estratégia de Portugal na campanha para este mundial mostrou a bizarria de uma equipa que joga no mesmo esquema 4-5-1 (com os laterais a subirem) quer o adversário seja o Lieschtenstein, quer seja a França! Portugal nunca ensaiou a utilização de dois pontas-de-lança, excepto a 10 minutos do fim contra a França (Postiga e Meira avançado) quando perdíamos 1-0 e a 20 minutos do fim contra a Alemanha (Pauleta e N. Gomes) durante apenas 8 minutos quando perdíamos 2-0. Como esta situação nunca foi antes ensaiada não deu qualquer resultado.
Em termos tácticos vimos duas estrelas como Figo e Ronaldo serem colocados em autênticos beco-sem-saída, a correrem das pontas para o meio, mas sem ligação ao ponta-de-lança Pauleta, que se encontrava tão isolado como a ilha do Corvo. Scolari foi o principal responsável pelo seu fraco rendimento. Ao Cristiano restava o remate muito raramente efectuado em boas condições. Foi o 4° mais rematador, os 21 remates para zero concretizações diz bem do seu estatuto de beco-sem-saída na equipa de Scolari.
As substituições de Scolari foram surrealistas. Duas vezes Pauleta saiu para dar lugar a Simão (Inglaterra e França), passando o Cristiano a ponta-de-lança, para 10 a 15 minutos mais tarde, e sem qualquer resultado, entrar uma das cunhas de Scolari: Hélder Postiga. Pior só a já referida substituição de Pauleta contra Holanda, onde corremos o risco de ir para prolongamento sem ponta-de-lança e em desvantagem numérica.
(Continua com o Mito do "Grupo")
1- Não nutro qualquer simpatia por Pinto da Costa, qualquer comentário que me ligue a essa figura será pura e simplesmente ignorado;
2- Considero um 4° lugar num campeonato do mundo um resultado muito bom;
3- O futebol é um jogo, não é uma catástrofe natural, nem uma guerra, nem um despedimento colectivo, por isso aviso já que não respondo a comentários raivosos.
Joguei mais de uma dezena de anos basquetebol, tive grandes treinadores e também tive maus treinadores, por isso não é um trapalhão como Scolari que me vai deslumbrar.
Erros Básicos de Scolari
- Um treinador que não é capaz de formar uma equipa com os melhores jogadores, não deve ser treinador, deve fazer outra coisa qualquer.
- Fazer jogos de preparação apenas contra equipas modestas (Cabo Verde e Luxemburgo), não só é redundante como não permite qualquer treino táctico e estratégico para defrontar equipas do mesmo nível ou superior. Quem praticou desportos colectivos sabe perfeitamente que estes jogos são aproveitados para dar asas ao individualismo, para fazer aquela jogada de sonho, para se bater aquele record pessoal e a recompensa de motivação colectiva que proporcionam pode por vezes traduzir-se num perigoso excesso de confiança.
- A disciplina trabalha-se no início da época e não no decorrer da fase final de uma competição, quando existe já um clima de excitação. O mau comportamento na selecção já vem dos Jogos Olímpicos onde Cristiano já apresentara mau comportamento, onde Boa Morte e Hugo Viana foram expulsos, ficando a expulsão deste último a dever-se a Ricardo Costa. Como desde então nada foi feito para disciplinar estes jogadores, assim que começaram as primeiras provocações ao Cristiano, não houve capacidade para travar a onda de indisciplina.
- Não se deve divulgar a formação de uma equipa um dia antes da partida durante uma grande competição como um campeonato da Europa. Scolari fê-lo duas vezes, e as duas vezes saiu derrotado contra a Grécia. Isto não quer dizer que perdemos exclusivamente por esse motivo, quer dizer sim que a probabilidade de se perder um jogo aumenta quando se oferece a composição da equipa ao adversário.
Os números mais significativos deste Mundial
- 4° lugar.
- Balanço de golos: 7-5 em 7 jogos
Na péssima campanha de 2002 foi de 6-4 em 3 jogos. No Mundial de 1966 de 17-8 em 6 jogos. Reparem que a prestação da equipa de Scolari está muito próxima da desastrosa campanha de 2002 que durou apenas 3 jogos e está a léguas da brilhante campanha de 66. Aliás o vergonhoso Holanda-Portugal parecia tirado a papel químico do Coreia-Portugal: duas expulsões, muita indisciplina (um Figo com atitudes nunca vistas), bolas no ferro decisivas (a de Sérgio Conceição correu mal e a de Kuyt correu bem para nós) e o erro de esgotar as substituições tirando Pauleta ficando Portugal sem pontas-de-lança para um possível prolongamento.
- Portugal bateu o record de 365 minutos sem marcar golos (Maniche aos 23' contra a Holanda até Nuno Gomes aos 88') e de cerca de 250 minutos sem uma ocasião perigosa.
A análise destes números não resiste à conclusão de que o resultado foi muito melhor do que o trabalho desenvolvido. O futebol é um desporto que possui uma componente aleatória importante, essa incerteza contribui em muito para a sua beleza. O trabalho principal de um treinador é diminuir tanto quanto possível essa componente aleatória e controlar o máximo possível os outros aspectos do jogo. Estes números mostram claramente que Scolari andou a jogar à roleta russa com a selecção. A roleta foi-nos favorável até às meias-finais. Mas se é um jogador de roleta que se pretende para dirigir a selecção podemos ir buscar o treinador dos Dragões Sandinenses, na Taça de Portugal o homem tem tido mais sorte e não tem estrelas na equipa como o Figo ou o Cristiano.
Trapalhada Estratégica e Táctica
A estratégia de Portugal na campanha para este mundial mostrou a bizarria de uma equipa que joga no mesmo esquema 4-5-1 (com os laterais a subirem) quer o adversário seja o Lieschtenstein, quer seja a França! Portugal nunca ensaiou a utilização de dois pontas-de-lança, excepto a 10 minutos do fim contra a França (Postiga e Meira avançado) quando perdíamos 1-0 e a 20 minutos do fim contra a Alemanha (Pauleta e N. Gomes) durante apenas 8 minutos quando perdíamos 2-0. Como esta situação nunca foi antes ensaiada não deu qualquer resultado.
Em termos tácticos vimos duas estrelas como Figo e Ronaldo serem colocados em autênticos beco-sem-saída, a correrem das pontas para o meio, mas sem ligação ao ponta-de-lança Pauleta, que se encontrava tão isolado como a ilha do Corvo. Scolari foi o principal responsável pelo seu fraco rendimento. Ao Cristiano restava o remate muito raramente efectuado em boas condições. Foi o 4° mais rematador, os 21 remates para zero concretizações diz bem do seu estatuto de beco-sem-saída na equipa de Scolari.
As substituições de Scolari foram surrealistas. Duas vezes Pauleta saiu para dar lugar a Simão (Inglaterra e França), passando o Cristiano a ponta-de-lança, para 10 a 15 minutos mais tarde, e sem qualquer resultado, entrar uma das cunhas de Scolari: Hélder Postiga. Pior só a já referida substituição de Pauleta contra Holanda, onde corremos o risco de ir para prolongamento sem ponta-de-lança e em desvantagem numérica.
(Continua com o Mito do "Grupo")
domingo, julho 09, 2006
75% pela Itália e 25% pela França
Adorava ver o Luca Toni a fazer aquele gesto "Avete capito?" várias vezes. Canavarro, Zambrotta, Pirlo e Gattuso estão a jogar um futebol de campeões e não acho nada que o futebol que a Itália tem apresentado seja feio ou cínico, note-se bem que os italianos já fizeram abanar as redes adversárias por 11 vezes. No entanto, durante a final de hoje poderei ceder o meu apoio à selecção francesa, no caso do Thierry Henry estar num daqueles dias infernais. Se jogarem, Govou e Trezeguet também me poderão fazer mudar de campo, tal como Ribery, se comemorar um golo da mesma forma como o fez contra a Espanha (o homem parecia possesso).
Do ponto de vista pessoal tenho dificuldade em apoiar uma ou outra selecção. Vivi e tenho bons amigos nos dois países, de Itália gosto da simpatia das pessoas, da gastronomia e do culto da beleza e da estética, de França gosto daquele serviço público que é apenas o melhor do mundo - excelentes universidades e hospitais quase gratuitos - gosto da escolha e da produção cultural sem paralelo no resto do planeta e gosto do papel de guardiã da independência política da Europa. Em Itália acho pouca piada à desorganização geral e à forma como conduzem nas estradas, em França acho ainda menos piada ao clima social das grandes cidades e o desleixo político (tanto da esquerda como da direita) com que se tem gerido o problema.
PS- Escreverei muito em breve as prometidas linhas sobre Scolari
Do ponto de vista pessoal tenho dificuldade em apoiar uma ou outra selecção. Vivi e tenho bons amigos nos dois países, de Itália gosto da simpatia das pessoas, da gastronomia e do culto da beleza e da estética, de França gosto daquele serviço público que é apenas o melhor do mundo - excelentes universidades e hospitais quase gratuitos - gosto da escolha e da produção cultural sem paralelo no resto do planeta e gosto do papel de guardiã da independência política da Europa. Em Itália acho pouca piada à desorganização geral e à forma como conduzem nas estradas, em França acho ainda menos piada ao clima social das grandes cidades e o desleixo político (tanto da esquerda como da direita) com que se tem gerido o problema.
PS- Escreverei muito em breve as prometidas linhas sobre Scolari
sábado, julho 08, 2006
O fim do melhor talk show do mundo
De "Tout le Monde en Parle" (Sábado 21:50, France 2) disse aqui várias vezes que seria provavelmente o melhor talk show do mundo. Hoje por decreto Klepsýdra saca-se o provavelmente. E porquê? Porque é o único talk show de verdadeira dimensão mundial, onde foi possível a confrontação entre neo-conservadores americanos e esquerditas franceses, entre conservadores franceses e progressistas americanos, onde a banlieu se esgrimiu de argumentos com alguns dos mais notáveis políticos franceses, onde grandes figuras pertencentes a instituições internacionais como a ONU, a UE, a AIEA debateram com activistas das mais variadas áreas desde o Greenpeace à Opus Dei, passando por organizações gay ou associações de vítimas de atentados terroristas. Passaram pelo plateau de "Tout le Monde en Parle" ex-agentes da Mossad, da CIA, do KGB, astronautas e cosmonautas, estrelas da indústria pornográfica, muitos prémios Nobel, impostores e sobretudo muitos escritores e muitos realizadores, o que há de melhor no mundo do livro e do cinema passou pelo crivo dos questionários de Thierry Ardisson.
Numa golpada a roçar a canalhice, muito ao estilo do que sucedeu ao programa Acontece de Carlos Pinto Coelho, uma decisão política mascarada de decisão administrativa expulsa Ardisson da France 2 a partir do corrente mês de Julho.
Todos sabemos o que se irá passar. Ardisson vai provavelmente descansar uns meses, mas quando voltar, onde Bernard-Henry Lévy ou Christine Angot apresentarão os seus novos livros, o primeiro plateau de televisão onde Jodie Foster ou 50 Cent colocarão os pés assim que chegarem à Europa, onde os maiores neo-conservadores americanos virão esconjurar a Europa, onde os mais progressistas escritores do Magrebe virão gozar da liberdade de expressão que lhes é negada, onde Ovidie virá fazer a apologia da filmografia pornográfica para mulheres será no novo programa de Thierry Ardisson, independentemente do canal ou da hora.
Alguns dos ilustres convidados da última emissão:
Frédéric Beigbeder, Charlotte Gainsbourg, Yvan Attal, Jamel Debbouze, Bernard Tapie, Jean-Marc Lavoine e ... (só para clientes habituais) o DJ, o grande, o mega-banco: Monsieur Philippe Corti!
Numa golpada a roçar a canalhice, muito ao estilo do que sucedeu ao programa Acontece de Carlos Pinto Coelho, uma decisão política mascarada de decisão administrativa expulsa Ardisson da France 2 a partir do corrente mês de Julho.
Todos sabemos o que se irá passar. Ardisson vai provavelmente descansar uns meses, mas quando voltar, onde Bernard-Henry Lévy ou Christine Angot apresentarão os seus novos livros, o primeiro plateau de televisão onde Jodie Foster ou 50 Cent colocarão os pés assim que chegarem à Europa, onde os maiores neo-conservadores americanos virão esconjurar a Europa, onde os mais progressistas escritores do Magrebe virão gozar da liberdade de expressão que lhes é negada, onde Ovidie virá fazer a apologia da filmografia pornográfica para mulheres será no novo programa de Thierry Ardisson, independentemente do canal ou da hora.
Alguns dos ilustres convidados da última emissão:
Frédéric Beigbeder, Charlotte Gainsbourg, Yvan Attal, Jamel Debbouze, Bernard Tapie, Jean-Marc Lavoine e ... (só para clientes habituais) o DJ, o grande, o mega-banco: Monsieur Philippe Corti!
quinta-feira, julho 06, 2006
Dedicar o golo à mãe, essa instituição italiana
A forma como Fabio Grosso comemorou o golo contra a Alemanha (foto FIFA) fez lembrar em tudo, o mesmo gesto aquando do golo de Tardelli contra a mesma Alemanha na final de 82. O José Mário Silva também topou a semelhança. Na altura, em plena euforia, enquanto comemorava o golo, Tardelli berrou "maammaaa maammaaa", ensaiando uma expressão facial que fazia lembrar um bebé chorão a precisar de colo urgentemente. Não consegui perceber se Fabio Grosso também gritou pela mãe quando marcou o golo de passada terça, mas o gesto foi tão semelhante que desconfio que havia ali uma figura feminina para o colo da qual Fabio corria. Outro grande jogador que grita pela mãe que nem um perdido ao comemorar um golo é Filippo Inzaghi. Quem observa a forma como Inzaghi vive os jogos, com aquele fervor fora de comum, entrando a fundo em todas as jogadas, percebe que há uma figura feminia forte na mente do jogador, que o faz jogar mais do que as pernas deixam. Embora Inzaghi seja o expoente máximo desta forma de viver o jogo, uma boa parte dos grandes jogadores italianos jogam para a mãe, ou para a namorada, ou para uma bella donna que os observa na bancada ou na televisão. Aprecio o charme desta forma quase primitiva de viver o futebol, esse moderno e popular substituto da caça dos tempos em que errávamos na estepe. Nesses tempos também caçávamos para elas, sobretudo para elas.
quarta-feira, julho 05, 2006
Move On... mas nada broches!
"Je suis au siège de ce fameux MoveOn.org (...) Or cela veut dire quoi "moveon"? Et cela fait, concrètement allusion à quoi? C'est simple me répond Joan Blades. Nous sommes em 1999. En pleine affaire Lewinsky. Et nous sommes tellement choqués (...) que nous consacrons toutes nos forces, notre temps, nos ressources, à lancer le slogan dont l'énonce complet est, non pas "Move On", mais "Censure and Move On" - soit, si vous préférez, "censurez" le Président Clinton et "avancez" vers les vrais problèmes urgents auxquels la nation doit faire face...
J'ai bien entendu. Je fais répéter mais j'ai parfaitement entendu. L'idée, à ce moment-là, est de briser le piège républicain mais de censurer aussi dans le même mouvement, le Président démocrate. (...) Je suis dans le temple du radicalisme américain. Je suis au contact de ce qui se fait de plus avancé en matière de nouvelle gauche. (...) Or ce qu'ils nous disent, ces militants, ce qu'ils affichent dans l'intitulé même de leur mouvement, c'est que Clinton fut à peine moins coupable que ses persécuteurs; c'est que la péché les a, à l'époque, autant choqués que l'impeachment; ils auraient pu, ces esprits éclairés, estimer que cette affaire de "tache" était une non-affaire; ils auraient pu clamer que la sexualité d'un Président relevait de sa seule vie privée; mais non; ils ont choisi d'en appeler dans le même geste à "avancer" et "censurer" le Président libertin (...) - et cela, pour un Européen est proprement stupéfiant. (...) Moralisme... Puritanisme... Confusion de règnes, qu'une démocratie digne de ce nom sépare, de la politique et de l'éthique... Volonté de pureté... Rigorisme et transparence érigés en impératifs catégoriques..."
"American Vertigo", Bernard-Henry Lévy, Grasset, pag 141-143, 2006.
J'ai bien entendu. Je fais répéter mais j'ai parfaitement entendu. L'idée, à ce moment-là, est de briser le piège républicain mais de censurer aussi dans le même mouvement, le Président démocrate. (...) Je suis dans le temple du radicalisme américain. Je suis au contact de ce qui se fait de plus avancé en matière de nouvelle gauche. (...) Or ce qu'ils nous disent, ces militants, ce qu'ils affichent dans l'intitulé même de leur mouvement, c'est que Clinton fut à peine moins coupable que ses persécuteurs; c'est que la péché les a, à l'époque, autant choqués que l'impeachment; ils auraient pu, ces esprits éclairés, estimer que cette affaire de "tache" était une non-affaire; ils auraient pu clamer que la sexualité d'un Président relevait de sa seule vie privée; mais non; ils ont choisi d'en appeler dans le même geste à "avancer" et "censurer" le Président libertin (...) - et cela, pour un Européen est proprement stupéfiant. (...) Moralisme... Puritanisme... Confusion de règnes, qu'une démocratie digne de ce nom sépare, de la politique et de l'éthique... Volonté de pureté... Rigorisme et transparence érigés en impératifs catégoriques..."
"American Vertigo", Bernard-Henry Lévy, Grasset, pag 141-143, 2006.
Eyes wide shut
A ler no 1BsK esta excelente análise daquele que eu considero ser o melhor filme de Kubrick depois de "Dr. Estranho-Amor", o sublime "Eyes Wide Shut".
terça-feira, julho 04, 2006
Aq. Global: a teoria dos triângulos de estabilização
Uma das teorias mais interessantes para controlar as alterações climáticas a médio/longo prazo (~ 2050), é a teoria dos triângulos de estabilização. Esta teoria desenvolvida por Pacala e Socolow da Universidade de Princeton já faz parte de uma iniciativa apelidada de Carbon Mitigation Initiative, patrocinada pela Ford e pela BP. O objectivo dos autores é propor uma série de medidas capazes de controlar as alterações climáticas em curso utilizando apenas soluções baseadas em tecnologias existentes. De modo a que em 2050 as emissões de gases de efeito de estufa se mantenham a níveis actuais, Pacala e Socolow enunciam que basta subtrair 7 triângulos de estabilização entre os 15 que propõem para se atingir esse objectivo. A linha acima da área a verde é a curva estimada pelos autores no cenário do "deixa andar". No gráfico B, são subtraídos sete triângulos a essa curva obtendo-se aproximadamente a curva que delimita a área a azul e que corresponde aos níveis de emissões actuais. Cada um dos triângulos corresponde a cada uma das medidas que poderão ser aplicadas utilizando apenas tecnologias actuais. A tabela 1 enumera os 15 potenciais triângulos que vão desde a utilização de veículos de transporte mais eficientes até a uma prática agricula que minimize o lavrar da terra (o que liberta uma quantidade considerável de carbono para a atmosfera).
Na prática o que Pacala e Socolow nos dão a entender é que temos de mudar radicalmente o nosso modo de vida se não quisermos pagar uma pesadíssima factura tanto do ponto de vista económico, como em vidas humanas, se a nossa atitude perante as alterações climáticas for a do "deixa andar".
segunda-feira, julho 03, 2006
Azevedo n°1 da Volta à França
Um interlúdio velocipédico no delírio futebolístico que tomou de assalto nosso país:
O nosso José Azevedo partiu com o honroso dorsal n°1 da mais prestigiosa prova de ciclismo do mundo. Como andam na moda os "records" e os feitos inéditos desde há não sei quantos anos, aproveito para informar que este é um feito que não acontecia no nosso país há quase 900 anos...
O nosso José Azevedo partiu com o honroso dorsal n°1 da mais prestigiosa prova de ciclismo do mundo. Como andam na moda os "records" e os feitos inéditos desde há não sei quantos anos, aproveito para informar que este é um feito que não acontecia no nosso país há quase 900 anos...
La femme d'à côté
Quando François Truffaut assistiu a um encontro entre Gerard Depardieu e Fanny Ardant, exclamou: "voilà les amants qu’il me faut". Foi assim pura obra do acaso a escolha de dois actores sem os quais "La femme d'à côté" nunca seria a obra-prima que é.
A história de "La femme d'à côté" centra-se sobre as personagens de Bernard (Depardieu) e de Mathilde (Fanny Ardant), personagens essas que viveram no passado uma história de amor muito intensa que findou numa separação violenta. O destino quis que se encontrassem mais tarde, quando Mathilde e o novo marido vão viver para a casa mesmo ao lado da casa onde vive Bernard e a sua mulher. O clima de tensão resultante de uma separação mal resolvida instala-se rapidamente. Entre o medo e o desejo, entre a moral e a transgressão, a sensual voz de Fanny parece um presságio para tudo o que vai ocorrer a seguir...
A história de "La femme d'à côté" centra-se sobre as personagens de Bernard (Depardieu) e de Mathilde (Fanny Ardant), personagens essas que viveram no passado uma história de amor muito intensa que findou numa separação violenta. O destino quis que se encontrassem mais tarde, quando Mathilde e o novo marido vão viver para a casa mesmo ao lado da casa onde vive Bernard e a sua mulher. O clima de tensão resultante de uma separação mal resolvida instala-se rapidamente. Entre o medo e o desejo, entre a moral e a transgressão, a sensual voz de Fanny parece um presságio para tudo o que vai ocorrer a seguir...
domingo, julho 02, 2006
O frenesim anti-europeísta de Luciano Amaral
Leiam primeiro este artigo do Luciano Amaral.
O anti-europeísmo do autor já era sobejamente conhecido, mas desta vez a ansiedade e o frenesim de atacar a Europa a qualquer custo fez o autor espalhar-se ao comprido como já não se via há muito em artigos publicados na imprensa nacional. É verdade que o articulista teve azar. Mal o artigo saiu para as bancas, o Supremo Tribunal dos EUA tomou uma decisão que se poderia classificar no mínimo como irresponsáveis atitudes europeias face aos EUA, isto utilizando palavras do próprio autor. Obviamente que estamos todos a imaginar os 5 magistrados americanos que votaram a decisão equipados de keffieh e de boina à Che. O problema é que os EUA são um país mais democrático do que o Luciano Amaral e George W. Bush gostariam.
Depois o artigo tem passagens como esta:
"Bush afirmou não se importar de fechar Guantánamo, embora antes fosse preciso saber o que fazer com aqueles 500 prisioneiros, que ninguém quer propriamente ver por aí à solta."
Claro, só Guantánamo pode reter 500 prisioneiros daqueles. Estes Jordanos, Paquistaneses, Tunisinos, etc. do piorio, piores que o supervilão magneto da Marvel, são tipos para dobrar as barras de aço de uma prisão de um regime democrático só com o poder da mente, realmente só Guantánamo é que os impede de andar aí solta. Até porque os 0,7% da população americana que se encontra a cumprir pena de prisão é tudo malta branda, os cerca de 10 mil assassínios com armas de fogo anuais nos EUA é coisa sem significado.
Este é provavelmente o pior artigo do ano. Porquê? Leiam esta:
"Não se pode evidentemente dizer que tudo o que os EUA fazem é bem feito. Mas o que fazem tem a vantagem de corresponder a uma tentativa de utilizar os meios apropriados para aplicar uma política."
Este tipo de argumentos justificam tudo, desde o Gulag à Santa Inquisição.
Magneto, um dos 500 perigosíssimos prisioneiros de Guantánamo, dobra barras de metal com o pensamento e faz bolinhas com a boca. Não percam o próximo número: os super-heróis Luciano Amaral e George W. Bush vão parti-los todos!
O anti-europeísmo do autor já era sobejamente conhecido, mas desta vez a ansiedade e o frenesim de atacar a Europa a qualquer custo fez o autor espalhar-se ao comprido como já não se via há muito em artigos publicados na imprensa nacional. É verdade que o articulista teve azar. Mal o artigo saiu para as bancas, o Supremo Tribunal dos EUA tomou uma decisão que se poderia classificar no mínimo como irresponsáveis atitudes europeias face aos EUA, isto utilizando palavras do próprio autor. Obviamente que estamos todos a imaginar os 5 magistrados americanos que votaram a decisão equipados de keffieh e de boina à Che. O problema é que os EUA são um país mais democrático do que o Luciano Amaral e George W. Bush gostariam.
Depois o artigo tem passagens como esta:
"Bush afirmou não se importar de fechar Guantánamo, embora antes fosse preciso saber o que fazer com aqueles 500 prisioneiros, que ninguém quer propriamente ver por aí à solta."
Claro, só Guantánamo pode reter 500 prisioneiros daqueles. Estes Jordanos, Paquistaneses, Tunisinos, etc. do piorio, piores que o supervilão magneto da Marvel, são tipos para dobrar as barras de aço de uma prisão de um regime democrático só com o poder da mente, realmente só Guantánamo é que os impede de andar aí solta. Até porque os 0,7% da população americana que se encontra a cumprir pena de prisão é tudo malta branda, os cerca de 10 mil assassínios com armas de fogo anuais nos EUA é coisa sem significado.
Este é provavelmente o pior artigo do ano. Porquê? Leiam esta:
"Não se pode evidentemente dizer que tudo o que os EUA fazem é bem feito. Mas o que fazem tem a vantagem de corresponder a uma tentativa de utilizar os meios apropriados para aplicar uma política."
Este tipo de argumentos justificam tudo, desde o Gulag à Santa Inquisição.
Magneto, um dos 500 perigosíssimos prisioneiros de Guantánamo, dobra barras de metal com o pensamento e faz bolinhas com a boca. Não percam o próximo número: os super-heróis Luciano Amaral e George W. Bush vão parti-los todos!
sábado, julho 01, 2006
O gesto que faltava no Mundial
A comemoração de golo à moda do Luca Toni (foto FIFA). O significado do gesto é "Avete capito?" e resulta de uma brincadeira que fazia com um amigo de infância nos tempos em que jogava futebol na rua.
Outro comemorador de golos que aprecio é Thierry Henry. O homem marca golos dos mais empolgantes que se possam imaginar, com grandes arranques, mudanças de velocidade estonteantes e remates fulminantes e quando surge o momento de comemorar do golo Henry limita-se a apreciar o delírio do público através um olhar simultaneamente sério e sarcástico. É um senhor!
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